A pacata vila escocesa de Auchterarder, junto a Geneagles, na Escócia, onde se realiza a cimeira do G8, conhece um dos seus momentos mais agitados. Esta manhã, a polícia proibiu a marcha dos activistas que protestam contra o encontro, depois de manifestantes terem partido janelas de carros, atirado pedras e tentado bloquear uma das estradas principais que dá acesso à cimeira.

A decisão das autoridades enfureceu os organizadores da manifestação que acusam a polícia de não permitir que milhares de pessoas participem num protesto pacífico. Os activistas dizem também que não foram consultados.

George Galloway, um político recentemente reeleito para a Câmara dos Comuns apesar de ter sido expulso do partido Labour por Tony Blair, mostrou-se indignado com a proibição. “Desde quando é que isto se tornou um estado policial? Quando é que a polícia obteve o poder de impedir manifestações neste país livre?”, acusou, em declarações à CNN.

Segundo a polícia, entre 3.000 e 3.500 manifestantes participaram na marcha, apesar das proibições. Margaret Chisholm, 60 anos, reformada, de Dundee, Escócia, afirmou à CNN estar a marchar para exigir “alguma justiça para os menos afortunados que não têm voz”. Chisholm afirmou querer que os líderes dos países mais ricos cancelem a dívida dos países africanos.

“Eles têm dinheiro para fazer a guerra”, disse Joyce Ketteles, assistente social de Dundee. “Têm os recursos, mas não parecem capazes de fazer alguma coisa para salvar vidas”.

Violência

De manhã cedo, mais de 100 activistas, muitos vestidos de negro e com caras tapadas, saíram de Stirling, a 22 quilómetros de Gleneagles, onde cerca de 5.000 anarquistas e activistas anti-globalização estão acampados.

Um operador de imagem da Associated Press viu um grupo de 100 activistas a partir janelas de carros estacionados e a atirar pedras à polícia. Segundo as autoridades, alguns agentes ficaram feridos e oito receberam tratamento hospitalar.

Pedro Rios
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