Morreu uma das figuras pioneiras do jornalismo rock. Al Aronowitz, que apresentou Bob Dylan aos Beatles em 1964, faleceu segunda-feira em Elizabeth, Nova Jersey, aos 77 anos, anunciou a família. “Os anos 60 não seriam o mesmo sem mim”, afirmou um dia, sem falsas modéstias.

Aronowitz, licenciado pela Universidade de Rutgers, dedicou-se ao jornalismo na década de 50 e especializou-se na escrita sobre a cultura rock que então despontava, ao publicar uma série de artigos sobre o movimento “beat” em 1959, no “New York Post”. Dessa forma, tornou-se amigo de figuras como o poeta Allen Ginsberg e o romancista Jack Kerouac.

Em 1964, depois de escrever sobre os Beatles, apresentou Bob Dylan aos “Fab Four”. O encontro viria a marcar as carreiras de ambos os artistas.

Como jornalista e fã que reconhecia o potencial sem limites dos Beatles e de Dylan no início de ambas as carreiras, Aronowitz decidiu juntá-los num hotel em Nova Iorque. O encontro introduziu também os Beatles à marijuana. A influência daquele momento reflectir-se-ia nos seminais “Highway 61 Revisited” de Dylan e “Rubber Soul” dos Beatles, discos editados em 1965.

Nos últimos anos da sua vida, Aronowitz publicou dois livros (“Bob Dylan and The Beatles” e “Bobby Darin was a friend of mine”). Quando morreu, trabalhava num terceiro, “Mick and Miles”, sobre Mick Jagger, líder dos Rolling Stones, e Miles Davis, um dos maiores nomes do jazz.

Durante a sua vida, conheceu ou escreveu sobre figuras como Mick Jagger, Jimi Hendrix, Jerry Garcia (Grateful Dead), o produtor Phil Spector, Janis Joplin, Jane Fonda, Marilyn Monroe, Frank Sinatra, Dizzy Gillespie, Louis Armstrong, Duke Ellington, David Bowie, Johnny Cash, entre muitos outros.

Pedro Rios
Foto: Myles Aronowitz