O Sporting falhou a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, depois de ter sido derrotado em Udine, por 3-2, terça-feira.

Com uma desvantagem de um golo trazida de Lisboa, aos leões apenas interessava a vitória, mas foi a Udinese a tomar a iniciativa da partida e a “fazer pela vida” para alcançar a “liga milionária”. O Sporting não soube reagir à pressão e acabou por cometer erros fatais que ditaram o desfecho da eliminatória.

Esfuma-se assim o sonho leonino e fecha-se a possibilidade inédita da presença de três clubes portugueses na competição maior do futebol europeu.

Sabia-se à partida que este seria um osso muito duro de roer para a equipa de Peseiro. O Sporting teria que entrar a todo o gás, procurando um tento que relançasse a eliminatória e evitando, a todo o custo, um golo do adversário.
A verdade é que foi a equipa italiana a entrar com mais vontade, mais tranquila e melhor organizada, subjugando os leões com dois ou três lances de qualidade.

A Udinese criou várias oportunidades para se colocar na frente do marcador e só por culpa própria não resolveu a qualificação nos primeiros minutos do encontro. Do outro lado estava um Sporting perdido e sem ambição, extremamente desorganizado e com falta de empenho, quase a roçar a displicência.

O golo italiano previa-se e acabou por surgir, num penalti forçado, que acabou por trazer justiça ao que se passava no terreno de jogo.

Só aí a equipa de Peseiro, a medo, reagiu. João Moutinho e, sobretudo, Douala eram os únicos jogadores leoninos a remar contra a maré de forma consistente, mas era muito pouco para quem estava com dois golos de desvantagem na eliminatória.

Depois veio outro momento do jogo. Um gigantesco “peru” de Ricardo, servido a preceito para novo golo italiano.

Reacção leonina

Aos poucos começou a reacção verde e branca, com Douala a mostrar a boa forma que vem evidenciando neste início de época. Construiu e finalizou um lance de golo, que relançou o encontro, ainda que a “fava” ainda se encontrasse do lado português.

Aos leões pedia-se uma outra atitude, sobretudo tendo em conta que dois golos serviam para garantir a qualificação. Até ao intervalo só deu Sporting, mas faltava esclarecimento e objectividade à equipa de Peseiro para conseguir ir mais longe.

O intervalo serviu para corrigir erros no esquema leonino, com Deivid a reforçar o ataque e Edson a substituir um “medroso” Tello. Peseiro mexeu na equipa antes do início do jogo, com Luís Loureiro a integrar o miolo. Loureiro actuou como terceiro central, mas nunca foi um elemento seguro no meio campo leonino, errando passes e mostrando alguma intranquilidade, à semelhança de outros colegas de equipa.

O Sporting entrou para o segundo tempo disposto a conseguir dar a volta ao rumo dos acontecimentos.

Com ascendente ofensivo, ainda que sem resultados práticos, o Sporting intranquilizava-se e voltava a cometer erros. Não foi de estranhar, por isso, novo golo italiano, já perto do final do jogo, com a desorientação geral instalada em campo. Estava sentenciada a eliminatória.

Sonho desfeito

O Sporting ainda logrou novo golo, mas não passou de um esforço final de uma equipa já moribunda. O sonho de estar presente na “liga milionária” estava desfeito.

Por culpa própria, os leões voltaram a cair aos pés de uma equipa italiana. Depois de um resultado negativo em Lisboa, restava aos leões dar o tudo por tudo para conseguir a entrada na Champions deste ano, considerada por Rui Meireles, director da SAD leonina, como fundamental para a viabilidade financeira da época verde-e-branca.

O Sporting bate, mais uma vez, com o nariz na porta e resigna-se a participar, novamente, na Taça UEFA.

Ficha do jogo:
Estádio Friuli, Udine
Árbitro: Terje Hauge

UDINESE: De Sanctis; Bertotto, Natali e Felipe; Zenoni, Obodo, Muntari (Mauri, 70 m), Vidigal e Candela; Di Natale (Barreto, 81 m); Iaquinta.

SPORTING: Ricardo; Rogério (Pinilla, 80 m), Polga, Beto e Tello (Edson, 46 m); Rochemback, Luís Loureiro e João Moutinho; São Pinto (Deivid, 46 m), Liedson e Douala.

Disciplina: cartão amarelo a Felipe (26 m), Candela (88 m), Bertotto (90+2 m)

Golos: 1-0 por Iaquinta (22 m); 2-0 por Natali (34 m); 2-1 por Douala (38 m); 3-1 por Barreto (90 m); 3-2 por Pinilla (90+1 m)

Melhor em campo: Obodo

Ricardo Bastos
Foto: UEFA