A primeira noite do evento que todos os anos fecha o Verão musical a norte teve menos gente que o habitual. Plaza e Cool Hipnoise eram as propostas mais fortes da noite de sexta-feira. No palco secundário, actuaram os Ölga e os Alla Polacca, da editora portuense Bor Land, que comemora o seu quinto aniversário.

Sábado actuam os Supernada, de Manuel Cruz (Pluto, ex-Ornatos Violeta) e os duas bandas da cena rock’n’roll de Coimbra, os Bunnyranch e os Wraygunn, do incendiário Paulo Furtado, que aproveitarão a oportunidade para gravar alguns temas ao vivo a incluir na edição inglesa do mais recente álbum do grupo. No palco secundário, actuam a dupla de baixistas Gajos Baixos, Housanbass e Alex Fx (num “live set” que marca o seu regresso após cinco anos de pausa).

A comemorar 10 anos, os Cool Hipnoise (na foto) voltam à estrada. Sem Melo D, mas com um novo vocalista bastante competente, a banda de Lisboa ainda é uma máquina funk apurada. Há uma maior apetência pelo reggae, como no novo tema anti-guerra “Brother Joe” (dedicado a George W. Bush). Os Mind da Gap deram uma ajuda em “Funk é mem’bom”, que encerrou o concerto.

PlazaVestidos de branco, os irmãos Praça mostraram porque é que são um pequeno fenómeno de popularidade à escala nacional. Temas como “In fiction” têm um apelo pop indesmentível, mas nada salva o electro-pop dos Plaza de ser um exercício “kitsch”, que se esgota rapidamente.

Pouco depois das 21h30, os Wordsong passaram pelas obras poéticas de Al Berto e Fernando Pessoa. O vocalista Pedro D’Orey tem uma certa displicência que condiz com a natureza “dandy” do projecto – interessa-lhe mais a sonoridade e o impacto das frases do que a linearidade narrativa.

Alla Polacca
No palco secundário, os Alla Polacca mostraram algumas canções novas, que devem figurar num registo de originais que tarda em surgir. É de sublinhar uma maior participação de Leonel Sousa (na foto) nas vozes e melodias circenses que contrastam com a melancolia planante, reminiscente do pós-rock, que sempre os caracterizou.

Antes, os Ölga passaram pelo primeiro longa duração, “What Is”. Longe vão os tempos em que o violoncelo estruturava as canções do agora trio lisboeta. Agora são as guitarras escola indie que predominam no grupo, que também arriscou, sem sucesso, utilizar a voz. Apesar das mudanças, os Ölga continuam sem entusiasmar.

Pedro Rios
Fotos: Vasco Oliveira