O presidente do partido social-democrata (SPD), Franz Muentefering (na foto), vai integrar o futuro governo da conservadora Angela Merkel: além de vice-chanceler, será também ministro do Trabalho e dos Assuntos Sociais. A confirmação foi dada hoje, quinta-feira, pelo ministro-presidente social-democrata de Brandeburgo, Mathias Platzeck.

“É uma boa decisão para a social-democracia em toda a Alemanha”, afirmou Platzeck.

Definida está também a lista dos restantes sete ministros sociais-democratas. Ao todo, o SPD assume oito pastas ministeriais.

Os Negócios Estrangeiros – um dos ministérios mais importantes – também foram atribuídos ao SPD nas primeiras negociações com a CDU/CSU (União Cristã Democrata/União Cristã Social), e devem ficar a cargo de Frank-Walter Steinmeier. O ex-ministro da Chancelaria Federal vai, assim, substituir Joschka Fischer dos Verdes na diplomacia alemã.

Steinmeier, 49 anos, era o braço direito do chanceler cessante Gerhard Schroeder, com quem trabalhava há mais de 15 anos.

A pasta das Finanças deverá ficar com o ex-ministro-presidente da Renânia do Norte–Vestfália, Peer Steinbrueck, que substituirá o também social-democrata Hans Eichel. Steinbrueck foi, aliás, proposto pelo próprio Eichel para ocupar a pasta.

O ministério dos Transportes fica a cargo do actual presidente da Câmara de Leipzig, Wolfgang Tiefensee.

Para o Ambiente, o partido social-democrata deverá indicar o nome de Sigmar Gabriel, ex-ministro-presidente da Baixa-Saxónia.

SPD com muito peso no governo de Merkel

O SPD assume oito ministérios de grande peso político, o que leva alguns analistas a considerar que Angela Merkel vai chefiar um “governo de social-democratas”.

Na coligação de Merkel vão manter-se três mulheres do governo de Schroeder. Ulla Schmidt permanece na Saúde, onde levou a cabo diversas reformas; Heidemarie Wieczorek-Zeul fica na Cooperação Internacional e Desenvolvimento e Brigitte Zypries na Justiça.

Entretanto, o chanceler alemão Gerhard Schroeder anunciou, ontem, que não fará parte do novo governo de coligação. Contudo, Schroeder reiterou que irá participar nas negociações de coligação com a CDU/CSU que têm início na próxima segunda-feira.

Recorde-se que a direcção do SPD pretendia que Schroeder ficasse com os cargos de ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-chanceler. No entanto, a hipótese foi sendo afastada por diversos analistas políticos, que sustentaram que esse cenário poderia dificultar a governação de Merkel: a possibilidade de a experiência de Schroeder fazer sombra ao desempenho de Merkel foi a explicação avançada por especialistas.

Ana Correia Costa
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