A Academia Sueca de Literatura atribuiu hoje, quinta-feira, a Harold Pinter a distinção literária máxima por “revelar [nas suas peças] o abismo existente nas conversas banais e forçar a sua entrada nos espaços fechados da opressão”.

Segundo a academia, Harold Pinter “devolveu o teatro aos seus elementos básicos: um espaço fechado e diálogos imprevisíveis onde as pessoas estão à mercê umas das outras e em que o presente se desmorona”.

Pinter é tido como o maior dramaturgo inglês vivo.

Com 75 anos, o percurso de Pinter passa pelo teatro, poesia, rádio, televisão e cinema.

O britânico, que começou a sua carreira como actor, escreveu a sua primeira peça de teatro em 1957. O seu trabalho inicial é conotado frequentemente com o teatro do absurdo.

Entre as suas peças mais conhecidas estão peças como “The Room”, “The Birthday Party”, “The Dumb Waiter” e “The Caretaker”.

Harold Pinter tem três obras publicadas em Portugal, segundo a agência Lusa, que cita fonte da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). “Conferência de Imprensa e Outras Aldrabices” (2005) é a obra mais recente do autor laureado, editada pelos Artistas Unidos.

Ainda segundo a APEL, a Quasi Edições publicou uma obra de poesia de Pinter intitulada “Guerra” (2003) e a Relógio D’Água uma antologia com as peças mais importantes em “Teatro I e II” (2003).

Pinter é também conhecido por criticar intervenções militares como a de 1999 no Kosovo, as invasões norte-americanas do Afeganistão e do Iraque. Foi também um crítico das políticas de Margaret Thatcher e de Ronald Reagan.

Este ano, afirmou que se vai retirar da escrita de peças para se dedicar ao activismo político.

Pedro Rios
Foto: Broken English