Foram hoje, segunda-feira, encontradas mortas 17 aves na zona de Peniche, entre as praias da Consolação e a do Molhe Leste. As aves – 12 gansos patola e cinco gaivotas – vão, em princípio, ser analisados pelo Laboratório de Investigação Veterinária, pois existem suspeitas de que os animais possam ser portadores do vírus que provoca a gripe das aves.
As aves foram encontradas por um cidadão de Peniche, que comunicou à câmara daquela cidade a existência das aves mortas. A recolha dos animais iniciou-se ao princípio da tarde pela direcção de serviços de veterinária do núcleo de intervenção veterinária das Caldas da Rainha.
O director do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, Miguel Fevereiro, informou ao JPN que, neste momento, as aves estão ao cuidado da direcção regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste para “análises prévias”. Os animais só deverão transitar para o Laboratório de Investigação Veterinária para análises se tal “se justificar”, esclareceu ainda o responsável.
Miguel Fevereiro avançou, no entanto, que, se aquelas aves chegarem entre hoje e amanhã de manhã ao laboratório, as análises poderão estar prontas “a meio da tarde de amanhã”. Preveniu, contudo, que os resultados não serão divulgados à comunicação social.
Aves não serão suspeitas
O mesmo responsável referiu, no entanto, que tudo “depende da prioridade” do caso, e acredita que “não serão aves muito suspeitas”, pois trata-se da “mortalidade normal daqueles animais”. E acrescenta: “muito provavelmente, aqueles animais não morreram todos no mesmo sítio. Normalmente, eles vão parar ao mesmo local por causa das correntes, e isso não quer dizer nada”.
Miguel Fevereiro não quis, contudo, adiantar qual o número de aves que aguardam análise no Laboratório de Investigação Veterinária – embora tenha referido que “neste momento, há muitas aves para serem analisadas” – , e escusou-se a responder se existem animais com suspeitas de gripe das aves a serem analisados. O responsável sublinhou ainda que o laboratório está a proceder a “análises diversas” que consistem na “vigilância normal” e em “rastreios” – tudo procedimentos correntes, esclareceu.
“É o desvario completo”
O director do Laboratório de Investigação Veterinária salienta que “o país tem que se organizar” para travar a “histeria” que se gerou em torno da gripe das aves. Fevereiro acusa a comunicação social de estar a “empolar” a questão, justificando que “na agricultura não há casos suspeitos”.
“As pessoas ouvem falar na televisão e na rádio e ficam encharcadas com o asssunto. É o desvario completo”, lamenta. “As pessoas vêm cá por causa de pombos mortos, e não há motivo para isso”.
