A maioria dos alunos da Universidade de Aveiro (UA) concorda com o pagamento de propinas no ensino superior. No entanto, um terço lamenta que a aplicação da propina máxima coloque em causa a continuidade da sua vida académica por falta de condições financeiras.

As conclusões são expressas no “Estudo Sócio-Demográfico e de Opinião” que a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUA) apresenta hoje, quarta-feira, na sala de actos académicos da reitoria da Universidade.

O estudo, encomendado pelos estudantes ao Gabinete de Estudos de Mercado e Opinião do Instituto Português de Administração e Markting (IPAM), “pretendia inicialmente avaliar o impacto das propinas na vida dos estudantes, mas depois alargou-se o seu âmbito a alguns indicadores de caracterização sócio-demográfica dos alunos e das próprias condições da universidade”, explica ao JPN a presidente da AAUA, Rosa Nogueira, salientando que algumas das conclusões “foram verdadeiras surpresas”.

O facto de a maioria dos estudantes estar de acordo com o pagamento de propinas foi uma das surpresas apontadas pela dirigente académica.

Conclusões podem-se alargar a outras academias

Rosa Nogueira acredita que os resultados do estudo possam também ser o reflexo do que se passa nas restantes academias do país, pelo que as aconselha a fazerem estudos semelhantes.

“É um importante instrumento de trabalho e de avaliação, não só para as associações de estudantes, mas também para as reitorias das universidades”, salienta.

O estudo, totalmente custeado pela AAUA, foi encomendado em Junho passado. Rosa Nogueira espera agora que a reitoria da universidade ajude a “suportar parte dos custos”, uma vez que o documento reúne dados muito importantes para a própria UA”.

Pedro Sales Dias
Foto: DR