Portugal ocupa a primeira posição em termos percentuais entre os países europeus que mais são afectados pela saída de quadros técnicos para o estrangeiro.

Segundo um estudo do Banco Mundial, divulgado segunda-feira, quase 20% dos portugueses com o ensino superior vivem no estrangeiro. O estudo do Banco Mundial que analisa o fenómeno conhecido como “fuga de cérebros” (“brain drain”) situa Portugal no 21º lugar na tabela global de países exportadores de licenciados com mais de cinco milhões de habitantes. O Haiti lidera essa lista 83,6% dos seus quadros técnicos a viver no estrangeiro.

O documento aborda a emigração de cidadãos com educação superior, algo que os especialistas consideram ser um entrave ao desenvolvimento dos países mais pobres.

No caso de Portugal, o estudo do Banco Mundial afirma que no ano 2000, 19,5% dos portugueses com cursos universitários ou técnicos viviam no estrangeiro, incluindo outros países europeus.

Estes números colocam o nosso país entre a República Dominicana (21,6%) e o Malawi (18,7%) na lista global de países com mais de cinco milhões de habitantes que mais quadros superiores tem a viver no estrangeiro.

Alguns economistas afirmam, no entanto, que as estatísticas fornecidas pelo Banco Mundial não correspondem à realidade porque incluem emigrantes que chegaram aos países de acolhimento ainda crianças ou que terminaram os seus estudos nesses países e não nos países de origem.

David Pinto
c/ Lusa
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