Apesar da divergência manifestada pela Federação Académica do Porto e pelas associações académicas do Minho, Aveiro e de Lisboa, a Associação Académica de Coimbra (AAC) mantém o protesto agendado para hoje às 15h00.

A manifestação, decidida a 15 de Outubro, em reunião de estudantes em Coimbra, contra a política orçamental para o sector vai começar na Cidade Universitária e terminará frente ao Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, perto do Jardim Zoológico.

Em declarações ao JPN, publicadas a 3 de Novembro, o presidente da AAC afirmou que respeita as diferentes formas de luta utilizadas por cada associação académica. Contudo, Fernando Gonçalves reafirma que os estudantes de Coimbra tinham bons motivos para convocar uma manifestação. “Há razões. Faz ou não sentido os estudantes irem para a rua? A AAC considera que a importância [da manifestação] não se vê nos números”, sustentou.

Entre os motivos do protesto de hoje estão os cortes no orçamento do ensino superior e na acção social escolar.

A AAC sublinha que a Universidade de Coimbra viu o seu financiamento cortado em 3%, argumentando que esse é a maior redução dos últimos dez anos.

Mariano Gago vai ao Porto

O ministro do Ensino Superior reúne-se sexta-feira ou sábado, dependendo da agenda ministerial, com a direcção da FAP. O encontro foi prometido por Mariano Gago, na passada quinta-feira, à direcção da FAP, na sequência do cordão humano que os estudantes levaram até ao Governo Civil do Porto.

Com esta confirmação, a estrutura académica portuense cancela definitivamente o protesto frente à Assembleia da República.

O presidente da FAP, Pedro Esteves, afirmou ao JPN que o ministro “vem à FAP e a uma ou mais instituições [de ensino superior] mais problemáticas” do Porto.

A direcção da FAP encontrou-se ontem com todos os grupos parlamentares na Assembleia da República. Segundo Pedro Esteves, o objectivo de sensibilização para os problemas da academia do Porto e do ensino superior nacional foi cumprido.

Os estudantes entregaram ainda um cheque simbólico no valor de 902 euros, uma forma irónica de mostrar a contribuição de cada estudante para o Plano de Estabilidade e Crescimento.

A estrutura académica do Porto critica os cortes orçamentais no sector, apesar de reconhecer que eles foram feitos a partir da “diminuição demográfica”. Por isso, Pedro Esteves defende a necessidade de uma “avaliação global” às instituições de ensino superior para uma redistribuição das verbas.

O presidente da FAP adiantou ainda que recebeu a “garantia” do grupo parlamentar socialista que em Janeiro ou Fevereiro “estaria um diploma” sobre a revisão do Estatuto da Carreira Docente Universitária “em cima da mesa para ser aprovado”.

Pedro Rios
Foto: DR