A mãe e o tio da pequena Joana, desaparecida em Setembro de 2004, conheceram hoje, sexta-feira, a sentença do Tribunal de Portimão.

Leonor Cipriano foi condenada a 20 anos e quatro meses de prisão, enquanto o irmão, João Cipriano, vai cumprir uma pena de 19 anos e dois meses de cadeia.

O Tribunal de Júri deu como provados todos os factos e culpas imputados pela acusação aos dois arguidos agora condenados pelos crimes de homicídio qualificado e de ocultação de cadáver. Contudo, não ficou provado o crime de profanação.

As provas expostas pela acusação chegaram para concluir, na leitura da sentença, que ambos agiram violentamente, “aproveitando-se do facto de a vítima ser uma criança que não se podia defender”. Provado ficou também que os dois arguidos “esconderam o corpo” da pequena Joana em “local não determinado”.

Mãe foi o “carrasco da menina”

Na leitura da sentença o tribunal de Júri, presidido pela juíza Alda Casimiro, considerou que Leonor e João Cipriano “demonstram desprezo pela vida humana”. O tio da menina foi retratado como sendo um homem agressivo e frio, uma vez que não demonstra qualquer arrependimento. Quanto à mãe, o tribunal caracterizou-a como o “carrasco da menina”.

Ficou por provar o motivo que levou às agressões que provocaram a morte da criança. O tribunal não aceitou a versão do Ministério Público de que Joana teria surpreendido a mãe e o tio a terem relações sexuais.

A defesa pondera agora a hipótese de apresentar um recurso das sentenças. Os defensores tinham já considerado que as provas apresentadas pela Polícia Judiciária eram “miseráveis”, uma vez que se trata de um “crime sem corpo”.

O corpo da pequena Joana nunca foi encontrado.

Pedro Sales Dias
Foto: Getty Images