Cerca de 50 trabalhadores da administração local manifestaram-se hoje, terça-feira, frente à Câmara Municipal do Porto. Os trabalhadores iniciaram hoje uma greve de dois dias para exigir melhores condições de trabalho, a actualização dos salários e pensões, a regulamentação do suplemento de risco, penosidade e insalubridade e para contestar a reforma aos 65 anos.

A greve, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, tem como objectivos criticar o que tem sido, na opinião João Avelino, do STAL, presente na manifestação, um “ataque muito grande” aos direitos dos trabalhadores.

O dirigente sindical, que coordena a estrutura regional do Porto do STAL, lembrou que o STAL (filiado na CGTP) vai reunir amanhã com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP, vinculado à UGT) e com a Comissão de Trabalhadores da Câmara do Porto. João Avelino adianta que a greve na altura do Natal e da passagem de ano é uma possibilidade “em cima da mesa”.

Números da greve

O sindicalista garante que a greve teve, durante a noite de hoje, uma adesão de 100% em Matosinhos e de 80% em Gaia. No Porto, o protesto foi menos sentido. “Não fizemos tanta força”, devido à greve recente dos trabalhadores da recolha do lixo contra a suspensão do Prémio Nocturno, explicou.

João Avelino acredita que a Câmara do Porto pode ainda ceder, citando um “historial de luta” e de cedências da autarquia. A edilidade prometeu reatar o pagamento do subsídio (equivalente a 20% do seu salário que está entre 400 e 500 euros) com retroactivos se essa for a conclusão do Tribunal Administrativo.

Em Lisboa, fonte do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, afirmou que, em termos globais, na capital “a adesão à greve no período da noite se situou nos 73% e no período do dia em 70%”.

Entre as exigências da STAL estão uma “efectiva e séria negociação colectiva”, a “actualização dos salários e pensões em 5,5%”, a “actualização dos escalões do IRS acima da inflação”, “a regulamentação do suplemento de risco, penosidade e insalubridade” e a revogação da lei deste ano que “estabelece a não contagem do tempo de serviço para efeitos de progressão e o congelamento do montante dos suplementos remuneratórios”.

Texto e foto: Pedro Rios