O candidato ao Prémio Nobel da Paz, Stanley “Tookie” Williams, de 51 anos, foi hoje, terça-feira de manhã (à noite na Califórnia), executado na prisão de San Quentin, depois de o seu último pedido de clemência, feito ao governador Arnold Schwarzenegger, ter sido rejeitado ontem.

Stanley Williams foi executado por injecção letal e tornou-se, desta maneira, na décima segunda pessoa a quem o estado californiano aplicou a pena de morte desde que reinstaurou o uso desta sentença em 1978.

“Tookie”, fundador de um importante gangue, foi condenado em 1981 pelo homicídio de quatro pessoas em 1979. Sempre se declarou inocente. Desde que foi condenado, Williams manifestou-se contra a existência de gangues de rua através da escrita de livros infantis e livros de memórias.

Por ter sido várias vezes nomeado para o Prémio Nobel da Paz, a condenação de Stanley Williams à morte foi das que gerou maior polémica nos EUA. Milhares de manifestantes estiveram a protestar às portas da prisão de San Quentin até à hora marcada para a execução. Entre os manifestantes encontravam-se figuras como a cantora Joan Baez, o actor Mike Farrell e o reverendo Jesse Jackson, refere a Associated Press.

Nas últimas semanas antes da execução de “Tookie” várias personalidades de todo o mundo se mobilizaram para contestar a aplicação da pena de morte. Pessoas como o bispo sul-africano Desmond Tutu ou o “rapper” Snoop Dogg, este último um antigo membro do gangue criado por “Tookie”.

Na segunda-feira, o governador da Califórnia rejeitou um pedido de alteração da pena de morta aplicada a Stanley Williams, justificando que Williams não assumiu os homicídios pelos quais foi condenado e alegando que as acções que “Tookie” levou a cabo dentro da prisão contra a violência não terão contribuído para atenuar a violência dos gangues nas ruas.

Tiago Dias