A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, defendeu hoje, segunda-feira, a “integração e articulação do primeiro ciclo com os restantes níveis do ensino básico”.

Para tal, o Ministério da Educação quer criar centros escolares integrados (que congreguem os alunos das escolas que vão ser encerradas) a leccionar desde o ensino pré-primário até ao 9º ano.

À margem da abertura da conferência “Pedagogia, Liderança e Inovação”, que decorre hoje e amanhã, no Centro Ismaili, em Lisboa, a ministra disse que o “défice de integração das escolas dos primeiros ciclos e restantes níveis do ensino básico” verifica-se mais tarde “nos resultados escolares”. O Governo quer, por isso, que os alunos frequentem, sempre que possível, a mesma escola até ao 9º ano.

Desta forma, “as crianças sentirão um choque menor quando transitarem de ciclo porque já conhecem os professores”, argumentou à agência Lusa o adjunto da ministra, António Ramos André.

O responsável não quis revelar quantos centros escolares integrados serão criados, já que esse número depende “das conclusões a tirar do encerramento das escolas”.

Para a ministra da Educação, a rede escolar do ensino básico e dos jardins-de-infância é “muito dispersa e antiga”. “Mais de quatro mil escolas precisam de uma intervenção” e “a maior parte deve ser encerrada”, disse, sem indicar um número preciso.

Mais tempo nas escolas

Maria de Lurdes Rodrigues disse ainda que o Governo quer, “a partir do próximo ano”, “melhorar e enriquecer os currículos escolares com desporto escolar, ensino artístico e estudo acompanhado”.

As alterações nos currículos e conteúdos permitirão prolongar o horário escolar para além das 15h00. “As escolas não se devem desresponsabilizar com as crianças depois das três da tarde. Por isso, vão ter, obrigatoriamente, que apresentar às famílias um programa de enriquecimento curricular, proporcionando outras actividades, em articulação com autarquias, associações de pais e instituições privadas sem fins lucrativas”, disse Maria de Lurdes Rodrigues.

A ministra considera que “a escola tem muito a aprender com a experiência das ATL [Actividades de Tempos Livres] e as ATL precisam do enquadramento, acompanhamento e supervisão dos professores titulares de turma que conhecem as necessidades das crianças”. Esta medida por levar à contratação de mais docentes, admitiu.

JPN/Lusa
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