A direcção do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) do Porto demitiu-se em bloco, por se sentir desautorizada no processo do Túnel de Ceuta. A notícia é avançada na edição de hoje, quinta-feira, do jornal “Público”.

Além do presidente da direcção, Lino Tavares Dias, a demisssão foi subscrita pelos técnicos Miguel Rodrigues, responsável pela salvaguarda do património, e Margarida Lencastre, responsável pelas obras.

Em declarações ao jornal “Público”, o presidente do IPPAR, Elísio Summavielle, afirmou que a demissão deve-se à solução final encontrada pelo instituto, que difere radicalmente da que foi defendida pelo IPPAR/Porto, e que originou o “braço de ferro” com a Câmara do Porto.

O diferendo começou no início de 2005, com o “chumbo” do projecto da Câmara pelo IPPAR. O instituto embargou a construção do túnel entre o Hospital de Santo António e a Rua D. Manuel II por uma das rampas de saída se situar na zona de protecção do Museu Nacional Soares dos Reis.

Entretanto, a 9 de Fevereiro, Elísio Summavielle apresentou, ao lado de Pinho da Costa, da empresa municipal Gestão de Obras Públicas, a solução encontrada para o túnel: a saída mantém-se no mesmo sítio e será criada uma zona de circulação automóvel a baixa velocidade, em jeito de praça.

Durante a manhã de hoje, Lino Tavares Dias reúne-se com os funcionários do IPPAR/Porto para comunicar a sua decisão.

Ana Rita Basto
Foto: Pedro Rios/Arquivo JPN