Projecto pioneiro da FCUP desenvolveu ligação entre computação e investigação química, envolvendo 3 milhões de computadores em todo o mundo.

O computador é um instrumento cada vez mais essencial no combate a doenças como o cancro ou a sida. Neste intuito, realizou-se ontem, quinta-feira, uma conferência com a professora e investigadora Maria João Ramos. A iniciativa contou com o apoio da Faculdade de Ciências do Porto e da Fundação Eng. António de Almeida.

A computação mostra-se fulcral para o desenvolvimento de medicamentos, uma vez que permite minorar experiências em seres vivos e fazer frente ao poder económico das farmacêuticas, por parte da investigação feita ao nível das universidades.

A investigadora explicou o projecto de computação pioneiro em que esteve envolvida, o maior de biologia e bioquímica, “a nível mundial”, até a data, em que se pretendia testar a compatibilidade de encaixe de milhares de moléculas.

O projecto contou com a participação de 3 milhões de computadores em todo o mundo. Qualquer utilizador comum era convidado a fazer o “download” de um conjunto de 100 moléculas em formato digital. A informação era então processada e enviada automaticamente para o centro de informação de Oxford.

São iniciativas como esta que Maria João Ramos acredita fazerem a diferença no “design” de medicamentos no combate a vírus tão complexos, como o HIV. A professora de química salientou também que, com a ajuda do computador, vai ser mais fácil ajudar os países em vias de desenvolvimento a ter acesso a medicamentos a mais baixo preço.

O computador vai permitir simular de uma forma cada vez mais realista os sistemas biológicos e aumentar a fiabilidade do “design” de medicamentos.

Sónia Santos