O Plano Tecnológico (PT) promovido pelo Governo no âmbito da Estratégia de Lisboa deverá passar por uma “economia baseada nas pessoas”, segundo o coordenador nacional do PT, Carlos Zorrinho.

“Modernizar ou morrer”, foi o mote promovido ontem, quinta-feira, na conferência de esclarecimento da agenda para a inovação e desenvolvimento que teve lugar no Parque Tecnológico da Maia. Segundo Carlos Zorrinho, a credibilização do país na Zona Euro dependerá da promulgação de normas de rigor supra-partidário, nas se quais se incluem a definição da agenda do Plano Tecnológico.

Considerando os desafios da Estratégia de Lisboa, o Pacto de Estabilidade e Crescimento definido pelo Governo é, para Zorrinho, essencial para o aumento da confiança dos investidores estrangeiros em Portugal, assim como para o aumento da coesão territorial que permitirá ao país atingir os níveis de competitividade exigidos pelos países mais desenvolvidos da Zona Euro, até porque “os países mais desenvolvidos da Europa são os mais coesos”.

Para atingir as metas estipuladas, o coordenador nacional do PT referiu ainda a importância da simplificação da Administração Pública, a obtenção de altos níveis de empregabilidade e o aproveitamento da facilidade de assimilação de tecnologias por parte dos portugeses como fulcrais para que o país suba da 24ª posição nos níveis de qualificação da Europa dos 25.

Ambição para Portugal

Para que o país atinja a média de desenvolvimento sustentável da união Europeia, Carlos Zorrinho propôs o reforço de quatros C: credibilidade, confiança, competitividade e coesão social, territorial e ambiental. Os objectivos, “difíceis e exigentes”, conforme admitiu o coordenador do PT, seriam reduzir o défice público em 2,8%, atingir uma taxa de crescimento anual de 2,6% e uma taxa de emprego global de 69% na próxima década.

A aposta no conhecimento científico e educação para uma maior qualificação do mercado de trabalho é também uma prioridade no Plano Tecnológico, que pretende relacionar as medidas favoráveis à educação com planos de empregabilidade de licenciados num máximo de seis meses após a graduação. A instituição do ensino do inglês no 1º ciclo, a banalização da criação de empresas na hora em conjunção com o plano “Simplex“, e a instalação da banda larga nas escolas, universidades e municípios são algumas das medidas estipuladas neste sentido.

Potenciar Região Norte

O Plano Tecnológico visa também o apoio da consolidação do sistema regional de inovação, através da reestruturação ao nível empresarial em consonância com uma sustentabilidade económica e social baseada em incentivos à mobilidade e cooperação com outras regiões, incluindo a Galiza.

O coordenado nacional do PT acrescentou que, sendo o Norte por natureza uma região empreendedora, o Plano Tecnológico não deverá dificultar ou burocratizar iniciativas que lhe sejam independentes, mas antes apoiá-las e fomentar a sua internacionalização.

Carlos Zorrinho considera ainda que o Plano Tecnológico não se limita a um conjunto de metas e medidas estipuladas pelo Governo, devendo ser entendido como um projecto que “abrange a população em geral”.

André Sá
Foto: SXC