Foi formalmente apresentado hoje, quinta-feira, o projecto do futuro Instituto para o Desenvolvimento do Conhecimento e da Economia do Mar (IDCDEM). O projecto resulta da parceria entre a Universidade do Porto (UP) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).

O objectivo principal do IDCDEM é restabelecer o mar como um recurso económico de valor acrescentado para a região, promovendo a instituição de um “cluster” de indústrias marítimas no Norte de Portugal. O IDCDEM tem como função focar a sua acção na modernização das indústrias marítimas tradicionais e na procura de novos usos económicos para o mar.

“Este instituto servirá de interface. Fará a ponte entre a nossa sociedade e as empresas ligadas à economia do mar, com grande enfoque para a área científica que fica a cargo de entidades públicas e privadas interessadas no desenvolvimento dos assuntos do mar. A universidade e jovens empreendedores terão uma palavra activa neste projecto”, vincou o reitor da UP, José Novais Barbosa.

“Não é por acaso que este instituto vai nascer no Porto. A nossa área de acção no terreno estender-se-á desde Aveiro, até Viana do Castelo, passando pelo Porto – cidade eixo que garante a ligação entre o Douro e o Minho. O norte também tem uma larga história e experiência a nível marítimo e um tecido empresarial de grande potencialidade”, lembrou o director do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da UP e líder do Grupo de Missão encarregue da instalação do futuro instituto, João Coimbra.

João Coimbra salientou que “é convicção dos fundadores deste instituto que o mar pode voltar a ter para Portugal um papel fulcral, no âmbito da economia e como via de desenvolvimento”.

O presidente da CCDRN, Carlos Lage, reforçou a ideia de que o IDCDEM beneficiará da cooperação estabelecida entre as empresas e a UP. “Este instituto será um caso exemplar. Esperemos que se insira, perfeitamente, no contexto histórico e cultural do norte e que aproveite a estreita parceria criada com a universidade, com as faculdades e com os institutos que se queiram associar”, disse.

Aos argumentos apresentados por João Coimbra acerca da escolha da cidade do Porto, Carlos Lage apenas acrescentou a proximidade com a Galiza como uma outra mais-valia. “Os galegos podem servir-nos de bússola porque já estão muito adiantados quanto ao conceito de ‘cidade do mar’. A Galiza é um parceiro estratégico, na medida em que não basta aproveitar os recursos marítimos de forma predatória – é importante ter-se a noção de desenvolvimento sustentável e de afectação de meios e ideias”, defendeu Carlos Lage.

Da estrutura do futuro IDCEM fará parte uma Comissão Internacional de Aconselhamento, além dos restantes órgãos administrativos ligados à área marítima, tecnológica, cientifica, entre outras. O Grupo de Missão encarregue da instalação do ICDEM tem um prazo de 60 dias para apresentar uma proposta de Estatutos e do Plano de Actividades.

Paula Teixeira
Foto: SXC