Natural de Marktl, Alemanha, Joseph Ratzinger torna-se cardeal em 1977.
Teólogo e conhecido por expressar abertamente as suas posições conservadoras, enquanto cardeal, tornar-se-ia, a 19 de Abril de 2005, no 265º Papa da Igreja Católica.
No seu primeiro ano de pontificado, valorizou o diálogo ecuménico e inter-religioso, tentou aproximar a Igreja dos jovens e unir os cristãos, publicou a sua primeira encíclica e nomeou 15 cardeais.
Embora tente continuar o trabalho do seu antecessor, João Paulo II, trouxe algumas mudanças. Nomeadamente a recuperação da tradição das beatificações, presididas pelo cardeal e não já pelo Papa, a nomeação de um número mínimo de cardeais eleitores (15) e a diminuição de viagens ao exterior.
Bento XVI defendeu ainda, ao longo do seu primeiro ano de pontificado, os “fundamentos” da Igreja Católica. Opõe-se à não ordenação das mulheres, ao casamento dos padres, à homossexualidade, ao comunismo e à entrada da Turquia na União Europeia, por a considerar um “enorme erro” e uma “decisão contra a história”.
Aos 79 anos é o homem mais velho a ser eleito Papa em três séculos.
Cronologia do primeiro ano de pontificado:
19 de Abril de 2005 “Annuntio vobis gaudium magnum; habemus Papam!”. O cardeal alemão Joseph Ratzinger é anunciado como o sucessor de João Paulo II. Bento XVI foi o nome escolhido pelo novo Papa.
20 de Abril de 2005 Primeira mensagem do novo Papa, na qual mostra a sua vontade de “prosseguir a obra do II Concílio do Vaticano” e de João Paulo II.
25 de Abril de 2005 Recebe os representantes das Igrejas e Comunidades Cristãs e de outras religiões. Reafirma que terá como prioridade o diálogo ecuménico.
9 de Maio de 2005 No dia que a Igreja Católica consagrava aos meios de comunicação social, Bento XVI vincou a influência dos “media” no mundo, quer para “favorecer o diálogo” quer para “fomentar a violência”, desafiando-os a terem um sentido de “responsabilidade”.
13 de Maio de 2005 Anuncia o início imediato do processo de canonização de João Paulo II. “A causa para a beatificação de João Paulo II está aberta”, disse.
30 de Maio de 2005 Manifesta o seu apoio aos bispos italianos na luta contra o referendo sobre a procriação assistida. O referendo viria a fracassar devido à elevada taxa de abstenção.
9 de Junho de 2005 Condena qualquer forma de anti-semitismo, ao receber no Vaticano uma delegação do Comité Judaico Internacional para consultas inter-religiosas (UCIC).
7 de Julho de 2005 Condena os atentados terroristas em Londres, classificando-os de “actos bárbaros contra a humanidade”.
25 de Julho de 2005 Diz que os divorciados “não estão excluídos do amor da Igreja, nem do amor de Cristo”.
18 a 21 de Agosto de 2005 Primeira viagem do Papa fora da Itália. Bento XVI participa nas XX Jornadas Mundiais da Juventude, em Colónia (Alemanha).
11 de Outubro de 2005 O Vaticano apresenta a obra “A Revolução de Deus”, primeiro livro do Papa, que reúne as intervenções de Bento XVI nas XX JMJ.
23 de Outubro de 2005 Canoniza os primeiros santos do seu pontificado: o chileno Alberto Hurtado Cruchaga (1901-1952), os italianos Felice da Nicosia (1715-1787) e Gaetano Catanoso (1879-1963) e ainda os polacos Jozef Bilczewski (1860- 1923) e Zygmunt Gorazdowski (1845-1920).
15 de Novembro de 2005 Manifesta-se contra o aborto e a eutanásia, considerando que a vida humana é “inviolável”, numa mensagem dirigida aos Bispos italianos.
23 de Novembro de 2005 O Vaticano publica um documento a proibir que os homossexuais sejam padres, ainda que permaneçam em castidade.
19 de Dezembro de 2005 Face à violência urbana em França, o Papa pede aos países europeus que desenvolvam políticas que integrem todos os cidadãos.
22 de Dezembro de 2005 Faz um balanço do ano de 2005, num dos maiores discursos do seu pontificado, assinalando como factos de relevo a morte de João Paulo II, as Jornadas Mundiais de Colónia e o Ano da Eucaristia.
25 de Janeiro de 2006 Bento XVI publica a sua primeira encíclica, “Deus caritas est” (Deus é amor), um texto breve que apresenta a “essência” do Cristianismo.
9 de Fevereiro de 2006 Confessa a sua preocupação com o terrorismo e a onda de violência no mundo islâmico, após a publicação das caricaturas do profeta Maomé.
2 de Março de 2006 Num encontro com o Clero da Diocese de Roma, o Papa admite possibilidade de dar mais espaço e responsabilidade às mulheres na Igreja.
24 de Março de 2006 Consistório público para a criação de 15 novos cardeais: oito europeus, três asiáticos, dois norte-americanos, um africano e um sul-americano.
16 de Abril de 2006 Celebra a primeira missa de Páscoa do seu pontificado, no mesmo dia em que comemora o seu 79º aniversário.
19 de Abril de 2006 Comemora um ano de pontificado.
