Durante a apresentação do novo Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEIIA) instalado na Maia, o ministro da economia, Manuel Pinho, disse que “só as atitudes empreendedoras” poderão fazer frente aos elevados preços do petróleo e impulsionar a economia nacional colocando-a numa rota de “estratégia de crescimento”.

O novo CEIIA, projecto empresarial ligado ao sector de produção automóvel, foi lançado ao mesmo tempo que na Opel da Azambuja está a decorrer uma reunião para decidir o futuro da fábrica.

À semelhança do que aconteceu com a Auto Europa, Manuel Pinho defende o “aumento da competitividade” na fábrica da Azambuja e garante que está a acompanhar de perto todo o processo de decisão e a situação da empresa automóvel.

“Estou a acompanhar muito de perto o processo da Opel, como acompanhei o da Auto Europa e como tenho obrigação de acompanhar os momentos relevantes de todas as empresas sejam elas grandes, médias ou pequenas. No caso da General Motors, desde o início de Fevereiro que estou a seguir muito de perto a situação da empresa”, afirmou o ministro.

Em Fevereiro deste ano o responsável da General Motors (GM) Portugal, Nelson Silveira, garantiu que a fábrica portuguesa da Azambuja não vai fechar e que os modelos Opel Combo continuarão a ser produzidos no nosso país até 2009. Nelson Silveira apelidou de “pura especulação” as notícias avançadas pela imprensa que davam conta do fecho da fábrica da Azambuja já em 2008.

Travar a “galopagem inflacionista” do preço do petróleo

Quanto às novas subidas do preço do petróleo, Manuel Pinho manifestou a sua preocupação. “Infelizmente o Governo não pode fazer nada e muito menos eu posso fazer alguma coisa para controlar o preço do petróleo”, lamentou.

O preço do petróleo atingiu ontem recordes inesperados. 72 dólares por barril é o preço mais elevado de sempre. E não é apenas o petróleo que está mais caro, todas as matérias-primas como o cobre, zinco, ouro e prata estão a assistir a um inflacionar dos preços “de forma muito violenta e prejudicial para o nosso país”.

“A solução é só uma, sermos cada vez mais competitivos, trabalharmos mais e tentarmos aumentar a nossa competitividade que é a única forma de fazermos frente a uma questão como esta”, vincou Manuel Pinho.

Aumento da despesa pública e atraso estrutural

Depois de terem sido divulgados os dados do Banco de Portugal que alertam para o aumento da despesa pública em 2005 e para o atraso estrutural da economia portuguesa, Manuel Pinho considerou que estes números são “os possíveis no meio de um processo de reestruturação orçamental”.

“Às vezes quando há reestruturações deste tipo as economias andam para trás, a nossa não andou para trás. O que temos de fazer é continuar este esforço ao mesmo tempo que temos de recolocar a nossa economia numa estrutura de crescimento. É o que estamos a fazer em Portugal com o Plano Tecnológico, temos uma atitude voltada para fazer coisas não é para especular”, sublinhou o ministro.

Texto e foto: Paula Teixeira