O bloco de parto de Lamego pode vir a fechar mais cedo do que o previsto, anunciou ontem à SIC Notícias o ministro da Saúde, Correia de Campos. “Provavelmente vai ter de ser fechado antes de 30 de Junho”, já que “neste momento tem apenas um obstetra”, afirmou o ministro.

O presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, já respondeu às declarações de Correia de Campos, dizendo à TSF que “estão disponíveis [vários obstretas já contactados pela câmara] para vir prestar serviço a Lamego se for essa a vontade do ministro”.

O encerramento dos blocos de partos de vários hospitais até ao final do ano é um dos temas que vai hoje, quarta-feira, ser discutido na Assembleia da República. “O encerramento de maternidades é uma matéria que não deixará de ser colocada na interpelação do Governo”, disse Miguel Macedo, deputado do PSD, em conferência de imprensa.

Também o deputado do PS, José Junqueiro, afirmou que vai pedir explicações ao Governo sobre a questão do encerramento antecipado da maternidade de Lamego.

Recorde-se que as câmaras de Santo Tirso, Barcelos e Elvas já recorreram aos tribunais na tentativa de obrigar o ministro da Saúde a recuar na decisão de encerrar os blocos de parto daquelas localidades. As três câmaras interpuseram providências cautelares nos tribunais administrativos dos respectivos distritos no sentido de contrariar as intenções do Governo, mas o Executivo evoca a defesa da “saúde pública” para avançar com o fecho.

Ontem, ao JPN, os presidentes das câmaras de Mirandela e Oliveira de Azeméis não colocaram de lado a hipótese de virem também a recorrer aos tribunais para impedir o fecho das maternidades.

A intenção de fechar os blocos de parto tem sido também contestada pela população em manifestações e protestos organizados pelas comissões locais entretanto formadas em defesa da permanência dos serviços de maternidade.

Inês Castanheira