Correia de Campos recuou na decisão de antecipar o encerramento da unidade de partos de Lamego. Hoje, quarta-feira, à margem do II Congresso dos Enfermeiros em Lisboa, o ministro da Saúde confirmou o fecho da maternidade, mas aceitou a solução avançada pela Câmara de Lamego de reforçar transitoriamente a especialidade de obstetrícia até à integração do serviço no futuro Centro Hospitalar de Vila Real e Régua.

O ministro tinha anunciado que a maternidade de Lamego podia vir a fechar mais cedo do que o previsto, já que “neste momento tem apenas um obstetra”. Ao anúncio da antecipação do fecho do serviço, o presidente da Câmara de Lamego respondeu, dizendo à TSF que “estão disponíveis [vários obstretas já contactados pela câmara] para vir prestar serviço a Lamego se for essa a vontade do ministro”.

A câmara de Lamego “pediu já uma audiência com carácter de urgência com o ministro da Saúde” de forma a poder discutir “não só o encerramento da unidade de partos, como também a construção do novo hospital”, que é um projecto pendente há décadas. “Temos de ser ouvidos”, diz o porta-voz da câmara, António Ferreira, ao JPN.

“A grande maioria das medidas deste Governo vai no sentido de desertificar o país”, acusa o porta-voz em concordância com as declarações do presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas.

A decisão de não antecipar o encerramento da maternidade “satisfaz-nos pouco”, acrescentou o porta-voz, “mas aguardamos a oportunidade de discutir com o senhor ministro” a solução do caso de Lamego.

Inês Castanheira