Baixa encheu-se de vida. Finalistas festejaram ontem a realização do curso e lamentaram o fim da vida académica.

Ano após ano, a cidade do Porto ganha um colorido diferente com a passagem dos estudantes no tradicional cortejo académico da Queima das Fitas. Com partida marcada para as 15h00, o cortejo começou com uma hora e meia de atraso, seguindo desde a reitoria da Universidade do Porto (UP) até à Avenida dos Aliados.

Devido às obras na Praça da Liberdade e na avenida, o cortejo seguiu durante alguns anos por Sá da Bandeira, terminando na Praça D. João I, mas este ano voltou-se a percorrer o percurso original, já que a Tribuna foi montada em frente ao edifício dos Paços do Concelho.

Na tribuna assistiam à passagem dos estudantes o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, e os representantes de cada uma das faculdades, os “Duxes Facultis”, entre outros convidados de honra. A presidir o “Dux Veteranorum”, autoridade máxima da praxe da UP.

Com a Faculdade de Medicina à frente, a casa mais velha da academia dava o mote às restantes faculdades, seguiram-se Ciências, Engenharia, Letras, Farmácia… num total de 49 carros alegóricos. Como reza a tradição, no final do cortejo, os estudantes destroem os carros que serviram durante o percurso para mostrar mensagens de crítica à universidade e ao ensino superior em geral e o orgulho sentem em pertencer à sua “casa académica”.

CortejoDe gargantas roucas, roupas rasgadas e cartolas amassadas, milhares de estudantes encheram as ruas da Baixa do Porto de cor e música. Desde caloiros a finalistas, no cortejo seguem estudantes de todas as hierarquias “praxísticas”.

Cada qual sente este momento de maneira diferente: para os estudantes do primeiro ano, o cortejo significa deixar de ser caloiro; para os finalistas é o fechar de uma etapa e momento de choro e emoção, um momento que provoca um misto de sentimentos: a tristeza por ser o fechar de um ciclo e a expectativa quanto ao início de outros. Os colegas que partilharam vários anos de vida estudantil, despedem-se da academia e da rotina que tiveram em comum.

Além dos protagonistas desta festa, os estudantes, também a população portuense se junta ano após ano à festa e homenageia os jovens. Desde pais a simples curiosos, vindos de vários locais do país, muitos foram os populares que aplaudiram a passagem dos carros alegóricos e dos jovens trajados.

Paula Teixeira
Foto: JPR