Quais foram as grandes conquistas destes últimos anos?

A construção de edifícios, o desenvolvimento do sistema de informação da universidade, iniciativas de muito interesse como as mostras de ciência e tecnologia, a Universidade Júnior. Houve também um grande trabalho de na área da investigação e na ligação com as empresas. Tudo isto deve-se não ao reitor mas a todos os que o apoiaram, aos vice-reitores e a toda equipa.

De que feitos se orgulha mais?

Nada me orgulha propriamente. Mas claro que é agradável como chefe de equipa ouvir que a UP é responsável por mais de 20% da produção científica das universidades portuguesas, mais de 25% em projectos de colaboração com empresas. Nalgumas áreas, como a medicina, a produção ultrapassa os 50%. Tudo isso reflecte o trabalho de toda a universidade.

Há quem o considere um reitor distante. Acha que podia ter sido mais participativo e mais próximo dos alunos?

Penso que isso tem um pouco a ver com a minha maneira de ser. De qualquer modo, estive sempre disponível para receber os alunos, não tive nenhum problema especial. Só tive dois pequenos problemas, no início do mandato com alguns estudantes de Belas Artes e depois a questão da mudança com a Faculdade de Direito que não foi muito bem entendida. Penso que agora está tudo ultrapassado. No último Dia da Universidade, referi a simpatia com que tenho sido tratado pelas associações de estudantes e pela Federação Académica do Porto. Não há nada que me pese na consciência; possivelmente esta distância é maneira de ser.

Depois de oito anos de mandato o que pretende fazer quando deixar a cadeira da reitoria?

Neste momento já pedi a minha aposentação [risos]. Compreende-se que o tenha feito porque saí da Faculdade de Engenharia em 1992, nunca mais dei aulas, neste momento estou desactualizado. Tenho pensado voltar a alguns aspectos da profissão de engenheiro civil que exerci durante alguns anos ou eventualmente, se acharem que sou útil, ficar ligado a algumas instituições ligadas à universidade. Mas sempre do lado de fora.

Se tivesse que atribuir uma nota a estes oito anos de mandato, qual seria?

Atribuía uma nota muito alta à equipa que trabalhou comigo e a mim nota nenhuma. [risos] Muitas vezes estive insatisfeito com algumas prestações minhas, outras vezes mais animado mas realmente em todos estes anos procurei cumprir. Tenho reconhecer que houve muitas frustrações e algumas coisas que não correram como o desejado, o que também é normal.

Então, com altos e baixos, qual era a nota que atribuía?

Não sou capaz, não sou mesmo.

Ana Rita Basto
Foto: Arquivo JPN