Qual o balanço que faz dos oitos anos de mandato de Novais Barbosa?

Acompanhei o mandato dele, sou o único vice-reitor que está com ele desde o início. Novais Barbosa fez um trabalho importante na coesão e na construção física da universidade. Foi um mandato muito bem conseguido.

Caso venha a ser eleito, vai adoptar uma politica de continuidade ou ruptura?

Os compromissos antigos são para cumprir mas creio que é necessário introduzir alguma ruptura em muitos aspectos da história da Universidade do Porto. O desafio que proponho é que a UP se afirme como universidade de referência internacional, o que exige um trabalho intenso em todos os domínios.

Quais serão as principais áreas de intervenção?

Proponho-me, em relação à investigação, criar um sistema de indicadores que levem os departamentos, investigadores e professores a produzir mais e melhor. Na área de administração das faculdades, há um trabalho de consolidação muito forte que é preciso fazer. Vamos ter que reforçar o corpo técnico de apoio às actividades e de apoio à investigação.

Novais Barbosa queixou-se de algum esquecimento do Governo face à UP. Concorda?

É um problema de cultura política do país. Tenho esperança que isso se altere. Por isso, a presença das ideias da UP em Lisboa vai ser uma preocupação. O que temos que fazer é tentar ter uma presença mais forte nos meios de comunicação social nacionais.

Uma das críticas apontadas a Novais Barbosa é que não foi um reitor muito próximo dos estudantes. O que é que se pode esperar de si, se for eleito?

Não sei se isso é verdade. Ele tem o seu temperamento, a sua estratégia. O que tenho proposto é uma maior proximidade às faculdades e aos estudantes. A universidade só vai ter sucesso se conseguir passar uma imagem forte de coesão e se os estudantes tiverem uma relação afectiva com a instituição. O reitor vai ter que se esforçar por participar nas actividades dos estudantes, em eventos e estar mais disponível para conversar.

Ana Rita Basto
Foto: JPR