Abriu hoje, sexta-feira, portas ao público a nova superfície comercial do Grande Porto, o El Corte Inglés, em Vila Nova de Gaia. A nova loja junta no mesmo espaço mais de um milhão de produtos de todo o género. Para o primeiro dia de funcionamento é esperada uma enchente de visitantes.

Na inauguração, ontem, quinta-feira, todos os postos de venda já estavam prontos para começar a trabalhar e algumas senhoras presentes na cerimónia já ostentavam “saquinhas” com as suas primeiras compras.

A cerimónia de inauguração, marcada para as 19h30, e que contou com a presença do presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, e do ministro da Economia, Manuel Pinho, começou um pouco mais tarde, com palavras do presidente do grupo. Isidoro Álvarez Álvarez falou em “compromissos de qualidade, sortido, serviço, especialização e garantia” e vincou que, acima de tudo, a abertura da nova loja, é “um contrato com a sociedade” que a acolhe.

Mas quem parecia mais feliz com o acontecimento era o autarca de Vila Nova de Gaia. Num discurso improvisado e de “breves reflexões”, Menezes falou das muitas vantagens da abertura do espaço para a cidade.

'Stand' de vestuárioA nova estrutura comercial, com uma área de 42 mil metros quadrados distribuídos por 13 pisos, está pronta para receber cerca de 2,5 milhões de clientes e poderá potenciar uma “nova Gaia”. “Espero que haja um ‘depois’ do El Corte Inglés em Gaia. [Espero] que a nova loja coloque [a cidade] num patamar de maior visibilidade”, disse o autarca.

Motivo de oportunidades

De acordo com Menezes, o comércio tradiconal de Gaia não vai sair prejudicado com a abertura da nova superfície comercial. Pelo contrário, o edil de Gaia pensa mesmo que “o comércio tradicional vai ser o grande ganhador”. “Só há um comércio: um comércio moderno e competitivo e que pode vencer”, frisou. “A pequena loja” terá de evoluir, com “tratamento personalizado e horários de atendimento adequados”.

O ministro da Economia fez um discurso estruturado em volta do percurso “positivo” da economia nacional e concordou com o autarca de Gaia ao referir que “o El Corte Inglés pode dar um enorme contributo para a inovação e para o desenvolvimento de Portugal”.

O presidente da autarquia de Gaia não deixou de fazer referência ao processo “difícil” de construção da loja. “É difícil ultrapassar regras obsoletas”, disse Menezes, sublinhando que esse é “uma das principais dificuldades à evolução de Portugal”. “Há palavras estigmatizadas em Portugal: o risco, o negócio e a ambição”, disse, sublinhando que o país tem de ultrapassar estes tabus para conseguir progredir.

“Este é um bom pretexto para apostar na descentralização”, disse Luís Filipe Menezes, esperando “que o primeiro-ministro não tenha medo de apostar no poder local”.

Texto e fotos: Rita Pinheiro Braga