A Federação Nacional de Professores (Fenprof) detectou “erros gravíssimos” no processo de colocação dos professores. A federação fez um estudo onde detecta mais de mil vagas que não foram postas a concurso e agora exige a repetição de todo o processo de colocações.

A Direcção Geral dos Recursos Humanos para a Educação (DGRHE) respondeu ontem, em comunicado, que foram colocadas a concurso “todas as vagas comunicadas pelas escolas” e responsabilizou os estabelecimentos de ensino pelas falhas. “Elas [as escolas] preencheram erradamente, nalguns casos, um dos campos do formulário electrónico de validação das candidaturas”, lê-se no documento.

Em resposta, o dirigente da Fenprof do Norte, Manuel Costa, afirmou ao JPN que a justificação do ministério “até pode ser verdade na situação de vagas de escola, mas não no quadro de zona pedagógica”. E completa: “mesmo se as escolas sinalizaram mal algum campo, a DGRHE deveria fiscalizar o processo e corrigir”.

Milhares de docentes afectados

A Fenprof começou por receber queixas de docentes e fez um estudo onde apresenta algumas das “mais de mil vagas que desapareceram misteriosamente”. Nesta fase do concurso, 60 mil professores ficaram excluídos e 40 mil não conseguiram mudar de escola.

No comunicado, disponível no “site” do Sindicato de Professores do Norte, a Fenprof dá conta de 572 vagas do primeiro ciclo de quadros de zona pedagógica que não foram postas a concurso, 226 vagas no pré-escolar e 34 vagas no segundo ciclo nas disciplinas de português e estudos sociais/história.

A Fenprof exige a repetição do processo de colocações, com a recuperação de todas as vagas. “Milhares de docentes foram prejudicados porque alguns professores dos quadros poderiam ter-se aproximado da residência familiar e outros contratados poderiam ter entrado nos quadros”, explica Manuel Costa.

O sindicalista defende que o Governo deve “assumir as culpas” e “anular a lista de colocações, repetindo todo o processo”. Os docentes têm até amanhã para enviar as suas queixas à DGRHE.

Carina Branco
Foto: Arquivo JPN