Chama-se Centro de Riscos da Universidade do Porto (CERUP) e reúne todas as faculdades que lidam com questões de riscos naturais. Nasce da vontade de promover e apoiar projectos de investigação, prevenção e sensibilização para os desastres naturais.

O centro, que será apresentado ao público no dia 27 de Junho, está sedeado na FEUP e pretende “servir a sociedade externa e não a Universidade do Porto”, explica ao JPN o professor da FEUP, António Campos e Matos. O financiamento não é da responsabilidade da universidade, mas do próprio CERUP, que procurará parcerias e concursos para financiar os projectos.

“Temos muitas expectativas de pôr a universidade, os centros de investigação e as empresas a trabalhar para a sociedade”, descreve António Campos e Matos. Na lógica interdisciplinar do centro, vão participar entidades como a Câmara Municipal do Porto, o Instituto da Água, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, empresas de transporte de mercadorias perigosas e os próprios bombeiros.

Um dos objectivos é, precisamente, “tentar criar na sociedade portuguesa uma noção de percepção do risco e, em paralelo, criar as formas para reduzir ou controlar esse risco”, completa o professor da FEUP. O centro vai apoiar, por exemplo, a investigação na detecção de fenómenos extremos, o desenvolvimento de sistemas de alerta e os instrumentos de intervenção em situações de emergência.

Pretendendo, também, investigar os riscos no Norte, António Campos e Matos explica que a maior perigosidade na região está ligada às questões meteorológicas (tempestades e chuvas intensas), incêndios, erosão costeira e transporte de mercadorias perigosas.

Projecto europeu na origem do CERUP

“Já está no CERUP um projecto chamado NOÉ, para estudo de riscos de património, relativamente a fenómenos naturais”, conta António Campos e Matos. Trata-se de um projecto europeu, em parceria com universidades e centros de investigação da França, Grécia, Itália e Espanha.

O “NOÉ- Patrimoines et prévention des risques naturels” esteve na origem da criação do CERUP, diz o professor. “Como o projecto termina em 2007, quisemos dar a este (e a outros) uma continuidade sustentada”.

O Centro de Riscos já tem outras parcerias. É o caso da Argélia, “na área da erosão costeira e dos riscos sísmicos”, da Catalunha, “pela elevada potencialidade no que diz respeito à previsão de fenómenos meteorológicos”, e da Galiza, “pela proximidade”.

Carina Branco
Foto: SXC