Instituto sedeado no Porto faz parte de consórcio de empresas europeias que desenvolveu o projecto.

O rastreio do cancro do útero dispõe agora de uma nova tecnologia, resultante do projecto “Lifelinger”, desenvolvido pelo Instituto Agilus de Inovação em Tecnologias da Informação (IAITI) em conjunto com outras empresas europeias.

O dispositivo consiste numa micro câmara, que se coloca no instrumento com que se faz a colposcopia (a forma mais usual de fazer o rastreio do cancro do útero), e que captura imagens que são depois tratadas. O método permite uma melhor detecção de possíveis lesões pré-malignas do tracto genital.

João Correia, do IAITI, disse ao JPN que a tecnologia “está em fase final de testes”, mostrando-se “bastante fiável”. “O objectivo é que o dispositivo ajude no diagnóstico antecipado do cancro do útero, pois quanto mais cedo for detectado mais eficaz é o seu tratamento”, afirma.

O responsável assinala que esta poderá ser uma “mais-valia para a troca de informações entre médicos e na obtenção de uma segunda opinião”. “É um apoio à telemedicina, já que as imagens e a informação sobre a paciente serão partilhadas em rede”, conclui.

João Correia prevê que a tecnologia, que será lançada em vários países europeus, esteja disponível para os serviços de saúde dentro de um ano.

A taxa de cura de cancro do útero é de 85%, mas é essencial que seja detectado precocemente. Este cancro é, depois do cancro da mama, a segunda causa de morte por cancro mais comum entre mulheres dos 15 aos 44 anos na Europa, onde morrem por dia 40 mulheres com esta doença.

Catarina Abreu
Foto: SXC