Quem pode pode ser sujeito a implantes dentários? O que têm a dizer as pessoas que já colocaram?

Se pensa que precisa de implantes dentário, reflicta bem se o vai fazer por necessidade ou por vaidade e comodismo. Um dente fora do sítio não deve ser razão para recorrer a esta técnica sem analisar bem a situação.

“Há quem o faça por uma questão estética mas o clínico deve avisar” de todas as implicações e “eticamente não é correcto”, afirma Florinda Pereira, assessora técnica de implantologia. Mas há pessoas que colocam próteses fixas “porque não querem colocar aparelho de correcção por questões profissionais e sociais”.

Não é o caso de Sérgio Ferreira, 56 anos, que tem falha de dentes há muito tempo. Há dois anos pôs uma prótese amovível de dois dentes mas em breve vai recorrer a implantes por “uma questão de saúde”.

José Silva tem 58 anos e há dois colocou implantes dentários. Gastou cerca de 5.000 euros, reconhece que “foi caro”, mas acha que foi “bem empregue”.

“Felizmente pude gastar esse dinheiro. Sinto-me outro, estou muito melhor comigo mesmo”, afirma. Contudo, deixa um recado para quem pensa recorrer aos implantes de ânimo leve: “não aconselharia ninguém a fazer por vaidade porque não é fácil, não é como ir ao supermercado e comprar uma pasta de dentes”.

Mas se há o caso de quem não esconda a felicidade, há quem prefira esconder este tratamento das pessoas mais próximas como é o caso de Maria. “Um dia sonhei que tinha perdido os dentes todos, passado poucos dias fui corrigir uma falha que tinha”, refere, em tom de brincadeira. “Mas não quis que ninguém soubesse, tenho a sorte de ser financeiramente independente. E o facto de ser um dente molar ajudou, por isso consegui esconder”, confessa. “Já não tenho 20 anos mas custa-me aceitar a passagem do tempo”, acrescenta.

Nem toda a gente pode recorrer aos implantes dentários

Nem toda a gente pode recorrer a este processo, como é o caso de pessoas com HIV ou hepatites ou esclerose múltipla. Um diabético controlado pode colocar implantes mas deve estar prevenido que o período de cicatrização deverá ser maior.

Quanto ao pós-operatório pode ser mais ou menos complicado dependendo do tipo de cirurgia e do paciente mas nas primeiras 48 horas não se deve exercer muita força mastigatória nem comer alimentos quentes.

Se falarmos de saúde oral, as cáries não atacam os implantes, podem sim, eventualmente, acontecer infecções da gengiva junto ao implante e à zona da mucosa (perioimplantites), que podem ser graves se penetrarem no osso.

A nível de duração, os implantes “não têm prazo de validade mas também não duram a vida toda” – podem durar “em média 15 anos” mas “quantos mais implantes o paciente tiver menos tempo vai durar”, explica a assessora técnica de implantologia. Quanto ao desgaste, “a coroa cerâmica não se desgasta mas pode eventualmente partir se for exercida força exagerada, tal como um dente natural”, refere a técnica.