“Parte de Mim” (na foto), de Margarida Leitão, conta a história de uma mulher sozinha (Rita Blanco), que tenta tomar uma decisão face a um amor impossível (Marcello Urgeghe). A curta-metragem estreia hoje, às 23h, inserida na Competição Nacional do 14º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Vila do Conde.

Presente em mais de 30 festivais internacionais, Margarida Leitão já foi distinguida com o Prémio Melhor Actriz no 11º Festival Internacional de Vila do Conde. Actualmente, está a preparar o segundo documentário, “Quantos Dias Tem um Mês”.

Em competição vai estar, também, “Cântico das Criaturas”, a quinta curta-metragem de Miguel Gomes, que marca o regresso do realizador ao festival. “Barulho”, de Daniel Barroca, é um vídeo experimental feito a partir de um filme caseiro anónimo em Super 8, sobre a África portuguesa nos anos 60. Teresa Garcia volta também a Vila do Conde com a ficção “O Caminho Perdido”, depois de “A Dupla Viagem” e “A Casa Esquecida”.

Entretanto, continua a competição internacional, cuja última sessão é apresentada amanhã. Entre o auditório e a tenda, podem ver-se ou rever-se os filmes que têm sido votados durante a semana.

Cristoph Girardet e Matthias Müller, duas presenças regulares no festival, trazem o filme experimental “Kristall”. “Film Noir”, de Osbert Parker, é um cruzamento entre animação e experimentalismo, evocando o espírito dos “thrillers” clássicos. “A Map with Gaps”, da britânica Alice Nelson, é um documentário que começa por relatar a viagem que o pai da realizadora faz na Rússia Soviética. Dos Estados Unidos chega “Uso Justo”, a primeira ficção narrativa de Coleman Miller.

Depois das curtas, há festa no “-3”, o espaço de dança do festival. A partir das 01h30, os @c & Lia vão explorar uma performance baseada num “workshop” de processamento de imagem digital a partir de sons captados na cidade, durante esta semana.

Dead Combo e Ana Era Lógica em filmes-concerto

Amanhã, 15 de Julho, os grupos portugueses Dead Combo e Ana Era Lógica vão apresentar as propostas para a banda sonora de uma colecção de filmes da primeira década do século XX. A revelação dos filmes premiados é às 21h30, antes da sonorização das “curtas” pelos Ana Era Lógica.

Domingo, 16 de Julho, a partir das 16h exibem-se os filmes premiados. Pelo meio, fica a homenagem ao realizador prometido, mas ausente do festival. De Hou Hsao Hsien vão ser apresentados dois filmes marcantes pela sedução e ousadia fotográfica. “Three Times” (sábado às 18h) são três filmes. Três curtas-metragens, três histórias de amor, três tempos. “A Time for Love”, “A Time for Freedom” e “A Time for Youth”. Em resumo, “A Time for Cinema”.

“Flowers of Shangai” (domingo, às 18h) é uma tela esboçada num bordel da China no final do século XIX. Hsao Hsien recria o ambiente claustrofóbico da pornografia de luxo entre as cortesãs e os clientes. A tinta da china, o cineasta traça contornos sedutores e poéticos num filme onde a delicadeza dorme com a corrupção.

Carina Branco
Foto: DR