Márcio Leite, 25 anos, vive actualmente em Madrid e trabalha numa empresa de assistência automóvel. Licenciado em Economia na UM, fala de si “como qualquer emigrante”. Esteve um ano a estudar em Itália, através do programa Erasmus e cinco meses na Holanda, pelo programa de estágios da AIESEC.

“Vim com a ideia clara de emigrar, não apenas pela experiência. Escolhi a Espanha por estar bastante desenvolvida na área onde quero fazer carreira e pela importância da língua espanhola no mundo”, explica.

Saiu de Portugal para evitar “um possível ciclo vicioso de ideias, a que se está sujeito se se ficar sempre no mesmo sítio” e para ter “a possibilidade de aprender a um ritmo mais acelerado e com condições”. Nesse sentido, não pensa, para já, no regresso. “Por agora estou aqui [Madrid] para sempre”, conclui.

“Rejeito entrar na onda nacional de depressão”

Pedro Cardoso, 24 anos, responde ao JPN a partir de Angola. “Este é o meu lugar, pelo menos por enquanto”. Licenciado em Jornalismo e Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto, foi ainda durante o curso que se aventurou para outros países.

Primeiro escolheu Espanha, para cumprir um ano do programa Erasmus em Santiago de Compostela. Depois foi a vez de Angola, como lugar para um estágio curricular, na Rádio Ecclésia, em Luanda. Entretanto, começou a trabalhar no principal semanário de Cabo Verde, “A Semana”, mas regressou um ano depois a Angola.

“Portugal é o meu país, mas as caras fechadas, a repetitiva conversa sobre a depressão, o ‘coitadinhos de nós’, que parte mesmo dos jovens, fazem-me querer fugir”, admite o jornalista. E termina: “Rejeito entrar na onda nacional de depressão”.

Carina Branco
Foto: SXC