Em sintonia com Cavaco Silva, o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, afirmou ontem, em declarações à Agência Lusa, que o Governo está a ponderar “com muita exigência e prudência o envio de militares para o Líbano”.

Segundo o ministro, a força da Organização das Nações Unidas (ONU), que Portugal pode vir a integrar, está dependente de alguns pressupostos e certas condições. Duas dessas condições são, de acordo com Severiano Teixeira, “a clarificação sem equívocos do mandato das Nações Unidas” e o “empenho concertado da União Europeia”.

Por outro lado, Nuno Severiano Teixeira sublinhou que a participação de Portugal na Força Interina das Nações Unidas (FINUL) tem de ser pensada em conjunto com as missões que as Forças Armadas estão a desenvolver, algumas das quais poderão ser “redimensionadas” já em Janeiro, como a da Bósnia.

“Temos também de saber qual a missão em concreto que as Forças Armadas vão desenvolver”, acrescentou.

O ministro da Defesa apontou, como pressupostos que estão a ser considerados pelo Governo, a importância da “missão de paz e o sucesso” que poderá ter para as Nações Unidas e a “oportunidade” que a União Europeia pode ter para “reforçar o seu papel no Médio Oriente”.

PS e CDS-PP votam sim, PCP, BE e Verdes contra

Nuno Severiano Teixeira falava aos jornalistas no final das reuniões que manteve com os partidos com representação parlamentar. O PS e o CDS-PP votaram a favor do envio de uma força portuguesa para o Líbano, enquanto o PCP, BE e Os Verdes reiteraram a sua oposição. O PSD reúne hoje com a sua direcção para tomar uma posição sobre o assunto.

Entretanto, a pedido da França, a presidência finlandesa da UE convocou uma reunião para Bruxelas, com o objectivo de discutir as contribuições dos Estados-membros para um reforço do contingente da ONU no Líbano.

João Queiroz
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