Foi um fenómeno na Internet, mas nas salas de cinema, as receitas de bilheteira ficaram aquém das expectativas. Apesar de ter sido o filme mais visto no fim-de-semana nos Estados Unidos, “Snakes on a Plane” rendeu apenas 11,6 milhões de euros no “box-office”, o barómetro para a “performance” de um filme nos EUA.

“Estamos um pouco desapontados”, disse ao jornal “New York Times”, David Tuckerman, da produtora “New Line”. “Havia altas expectativas com o que se escrevia na Internet, mas, basicamente, foi como um filme de horror normal”, acrescentou.

Com um orçamento de 24,8 milhões de euros, “Snakes on a Plane”, um filme de “série B” sobre cobras em aviões, interpretado por uma única estrela de Hollywood, Samuel L. Jackson, foi produzido com a ajuda das sugestões dos cibernautas através do blogue e do site do filme.

“Constatamos que o interesse num filme na Internet não se traduz necessariamente numa boa receita de bilheteira. Para alguns o ‘marketing’ foi mais interessante que o filme”, reconheceu Tuckerman.

Ainda assim, numa pesquisa feita na internet, mais de 90 por cento do público classificou o filme como “excelente” ou “muito bom” e por isso, de acordo com Tuckerman, as previsões para as vendas de DVD são de “enorme sucesso”.

Não se confirmou, contudo, a hipótese levantada por alguns especialistas sobre a ascensão de um novo paradigma na indústria cinematográfica, em que o público intervém na forma como é feito o filme.

João Queiroz
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Foto: DR