Os beneficiários da Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE) começaram a pagar, este mês, um preço mais elevado pelas análises clínicas e exames. A notícia, avançada pela edição de hoje, quarta-feira, do Diário de Notícias (DN), dá conta de um agravamento dos encargos na saúde dos funcionários públicos que ronda, em muitos casos, os 2000%.

A escalada dos preços abrange vários actos clínicos, como exames de ressonância magnética e terapias de medicina física e de reabilitação. Por exemplo, as análises clínicas na área da imunologia, como a “cariótipo alta resolução em fibroblastos”, passaram de 37 cêntimos para 15,51 euros. A alteração traduz-se num aumento de 4092%, de acordo com as contas feitas pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado.

A “prova de Clomifene” também passou a custar 13,29 euros, ou seja, sofreu um agravamento de 3492%. Outras análises mais comuns como a “Linfócitos B/estudo de função” custam agora 10,64 euros ao utente, o que representa um aumento de 2776%.

Novas tabelas não foram negociadas com os sindicatos

O agravamento dos encargos para os beneficiários da ADSE surge com a entrada em vigor, a 1 de Agosto, das novas tabelas de comparticipação do regime convencionado.

Ainda segundo o DN, citando uma carta assinada no dia 7 de Julho pelo subdirector geral da ADSE, as novas regras foram estabelecidas “directamente, no âmbito da relação contratual da ADSE com os prestadores do regime convencionado”. Os sindicatos terão escapado às negociações.

No final do ano passado, as despesas pagas pela ADSE registaram um aumento de 16,3%, atingindo os 871,4 milhões de euros, adianta o Jornal de Negócios.

Carina Branco
Foto: SXC