Os Estados-membros da União Europeia vão enviar até 6900 militares para o Líbano, anunciou hoje o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, depois da reunião, em Bruxelas, que definiu a composição da Força de Interposição das Nações Unidas no Líbano (FINUL).

Portugal vai participar na FINUL, mas a dimensão e o tipo do contingente a enviar serão decididos nos “próximos dias” pelo Conselho Superior de Defesa Nacional, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, no final da reunião. “Assumimos a responsabilidade política de acompanhar os parceiros europeus”, acrescentou.

Luís Amado não adiantou quais “os vários cenários” que estão a ser estudados, recusando-se a comentar as notícias avançadas pela imprensa, que apontam para três tipos de intervenção: a oferta de uma fragata para patrulhar a costa libanesa, o envio de 150 soldados e o envio de uma companhia de engenharia militar.

A edição de hoje do Correio da Manhã (CM) revela que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, tem estudado a contribuição de Portugal através de uma companhia de 150 militares para integrar a FINUL. Neste momento, o país tem 705 soldados integrados em três missões da ONU: 506 nos Balcãs, 150 no Afeganistão e 49 na República Democrática do Congo.

Portugal só enviará soldados para o Médio Oriente quando houver “um sinal claríssimo de um cessar-fogo sólido, quer do Hezbollah quer de Israel”, adianta o CM. Javier Solana já avisou que o desarmamento do Hezbollah não será uma tarefa da força internacional, “cabendo de maneira fundamental aos responsáveis do Líbano, através do Exército ou pela via política”.

França, Itália e Espanha são os “três pilares” da FINUL

O responsável da Política Externa e Segurança da União Europeia, Javier Solana, disse à Rádio Nacional Espanha que a França, a Itália e a Espanha serão os “três pilares” da FINUL, depois do anúncio da contribuição francesa de dois mil efectivos feito ontem pelo presidente francês, Jacques Chirac. Solana avançou que a Itália disponibilizou entre dois a três mil soldados e a Espanha participará com 1200.

De acordo com o chefe da diplomacia francesa, Philippe Douste-Blazy, em declarações à rádio RTL, a França irá comandar a FINUL até Fevereiro de 2007, altura em que a Itália liderará a força internacional.

Para além dos países europeus, a Malásia, a Indonésia e o Bangladesh também se comprometeram a enviar militares para o Líbano.

Carina Branco c/ Agência Lusa
Foto: ONU