“O Independente” está hoje, sexta-feira, nas bancas pela última vez. Num gesto de luto simbólico, a primeira página do jornal é negra e tem como manchete “Ponto Final”.

São 32 páginas, sem editorial, que contam a história dos 18 anos do semanário e mostram manchetes, fotografias e “cartoons” que marcaram a existência do jornal. Há nove artigos de opinião de Manuel Falcão, Piet Hein, Miriam Assor, Ulisses Pereira, Carlos da Câmara, João Pereira Coutinho, Miguel Esteves Cardoso, José Júdice e Zé Diogo Quintela.

A destacar, a peça de Leonardo Ralha, “Independência e Morte”, sobre a tendência de desaparecimento dos jornais. “A sobrevivência é uma missão quase impossível fora dos escassos grupos que dominam o mercado”, escreve.

Queda das vendas e de leitores ditam o fim

Depois de várias tentativas para encontrar um investidor e da quebra significativa de leitores, a direcção pôs um “ponto final”.

O jornal registou a maior descida do segmento dos semanários generalistas no primeiro trimestre deste ano, de acordo com os dados divulgados a 28 de Junho pela Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT).

As vendas, em banca e por assinatura, caíram 22,9%, cifrando cada sexta-feira numa média de 9.392 exemplares.

18 anos nas bancas

O primeiro número de “O Independente” foi para as bancas a 19 de Maio de 1988, assumindo-se como “democrata e conservador”. O grupo fundador do jornal contava com Miguel Esteves Cardoso como director, Paulo Portas no cargo de director-adjunto e Manuel Falcão como subdirector.

Miguel Esteves Cardoso deixou a direcção do semanário em Março de 1990, após desentendimentos com a administração, sendo o cargo assumido por Isaías Gomes Teixeira, Constança Cunha e Sá e Inês Serra Lopes.

Em Agosto de 1995, Paulo Portas saiu da direcção do jornal, tendo Isaías Gomes Teixeira e Constança Cunha e Sá assumido os cargos de director e directora-adjunta. Um ano depois, Gomes Teixeira saiu, ficando Constança Cunha e Sá à frente do projecto, para mais tarde vir a ser substituída por Inês Serra Lopes.

Carina Branco c/ Agência Lusa