Duas décadas depois, o Instituto Politécnico do Porto (IPP) tem um novo rosto na presidência. Vítor Santos tomou posse hoje, terça-feira, como presidente do instituição, sucedendo a Luís Soares, que estava no cargo desde 1985.

A cerimónia decorreu no auditório do Teatro Helena Sá e Costa, que encheu para se despedir de Luís Soares e ouvir, pela primeira vez, Vítor Santos como presidente do IPP. O novo responsável pelo instituto começou por lembrar os “dias difíceis para o ensino superior público em que o instituto superior técnico é o elo mais fraco”.

Para fazer face “a esta crise económica”, o presidente eleito sublinhou a necessidade de uma “política forte, coesa e participada”. Vítor Santos promete ainda “colocar o IPP entre as seis melhores instituições do ensino superior nacional” dentro de uma estratégia de “promoção de excelência”.

Com o “slogan” “ganhar o desafio do futuro juntos”, que, segundo o novo presidente, transita da campanha eleitoral para a governação do instituto, Vítor Santos passou em revista a sua estratégia para o IPP.

“A nossa intenção é a de em 2010 sermos um dos mais importantes parceiros de investigação nacional”, afirmou o presidente eleito em Julho com 88 votos. A inovação, a cooperação estratégica com os actores sociais da região, a internacionalização do IPP, através da participação em redes internacionais de investigação, foram alguns dos muitos objectivos enumerados por Vítor Santos.

Outra das metas a que se propõe é aumentar em 20% o número total de alunos, que ronda os 15 mil. Por isso, o novo responsável considera importante diversificar os perfis dos cursos que existem e promover a criação de novas áreas de pré e pós-graduação.

Luís Soares crítico na altura da saída

Antes da tomada de posse de Vítor Santos, o presidente cessante do IPP, Luís Soares, fez o balanço dos vinte anos de mandato à frente da instituição. Orgulhoso por “não ter cedido aos interesses partidários”, o antigo responsável falou das “restrições financeiras” que impediram a realização de alguns projectos.

No entanto, nas palavras de Luís Soares, esse não é o grande problema. “A instituição dispõe de verbas para completar, sem serem necessários recursos externos, para avançar com os projectos, mas não foi autorizada [a usá-las]”, revelou.

O primeiro presidente do IPP, desde a sua fundação, propõe, assim, a alteração do estatuto jurídico para os institutos politécnicos e universidades. “Espero que tenha a felicidade que os estatutos se alterem para que os nossos projectos possam avançar”, afirmou Luís Soares, dirigindo-se a ao seu sucessor.

Texto e foto: João Queiroz
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