A cidade do Porto é o ponto de partida para “BRK“, uma banda desenhada, de Filipe Pina e Filipe Andrade, que pretende quebrar com os moldes tradicionais da banda desenhada em Portugal.

“A ideia surgiu quando o Filipe Pina percebeu o quanto eu gostava de BD”, recorda Filipe Andrade. “Na altura, propôs-me fazermos um álbum. A ideia pareceu-me bem. Alguns esboços e ideias soltas deram, dois anos depois, origem a ‘BRK'”.

Filipe Pina é o argumentista e colorista de “BRK”. Tem 27 anos e frequenta o curso de Design e Comunicação e Audiovisuais da Escola António Arroio, em Lisboa. Filipe Andrade, 19 anos, é o desenhador. Está no 2.º ano de Escultura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa.

“BRK” arranca com um atentado na cidade do Porto e segue pela margem norte e sul de Lisboa. O argumento retrata a história de um grupo de jovens revolucionários que planeia um ataque ao Café Imperial na Baixa portuense.

Os dois jovens optaram por usar cidades portuguesas como cenários e revelam alguma admiração pelo facto dos autores portugueses não o fazerem com frequência. “Sinceramente não entendo. Temos todas as condições, tanto a nível urbano como paisagístico, para boas histórias. É um velho estigma português, não valorizar o que é nosso”, diz Filipe Andrade.

O objectivo dos dois jovens era criar uma banda desenhada com impacto e que chegasse a uma camada de jovens que por norma não lê BD. Os objectivos são mostrar aos portugueses que é possível fazer boas histórias “em Portugal” e conseguir passar a BD para o estrangeiro, um aspecto que, segundo os autores está a ser conseguido.

“BRK” está actualmente a ser publicado no “Bdjornal”, uma publicação bimensal. Quando forem publicadas as 77 pranchas, daqui a cerca de um ano, a história será editada em livro de capa dura.

Ana Rita Basto
Imagem: DR