Oito anos depois do desaire com a Roménia, a Selecção Nacional voltou hoje, quarta-feira, a experimentar o sabor amargo da derrota em jogos de qualificação. Desta vez, o carrasco foi a Polónia, que ainda não tinha conseguido vencer nesta fase de qualificação para o Europeu de 2008.

À derrota por 2-1 juntou-se uma exibição muito cinzenta dos jogadores portugueses que estiveram longe de justificar o estatuto de potência do futebol mundial que foi alcançado nos últimos anos.

A vitória dos polacos, que estavam obrigados a ganhar sob pena de ficarem arredados da discussão pelo apuramento, foi construída nos 20 minutos iniciais. O avançado Smolarek deu o mote quando ainda não estava cumprido o primeiro quarto de hora, pondo a nu as fragilidades de uma defesa portuguesa que nunca mostrou segurança e tranquilidade.

Esperava-se uma reacção dos homens de Scolari – que tinha pedido um ponto neste jogo – mas não havia profundidade, velocidade, nem tão-pouco objectividade no jogo português. Era tudo o que sobrava ao adversário.

De um erro infantil de Ricardo Rocha e Costinha nasceu o segundo golo polaco e o “bis” de Smolarek. Um rude golpe na equipa nacional, que sentia grandes dificuldades em parar os contra-ataques sempre perigosos do adversário.

Os problemas da defesa estendiam-se ao ataque, que quase não existia: Nuno Gomes estava desaparecido entre os centrais, Simão e Cristiano Ronaldo não conseguiam apoiar o avançado do Benfica.

Na segunda parte, Scolari fez entrar Tiago para o lugar de Costinha. Uma substituição que não teve efeitos práticos porque a Polónia esteve sempre mais perto do terceiro golo do que Portugal do segundo. Nuno Gomes continuava longe do jogo e desperdiçava as poucas bolas que lhe chegavam aos pés ou à cabeça.

Sempre que imprimiam velocidade ao jogo, os polacos colocavam a defesa portuguesa em apuros: os “Ricardos”, Rocha e Carvalho, nunca se entenderam, Nuno Valente e, sobretudo, Miguel também mostraram grandes fragilidades.

Com a entrada de Nani, Portugal conseguiu algum domínio, sem criar, porém, grande perigo. Só no fim é que a baliza polaca foi verdadeiramente ameaçada: primeiro foi Ronaldo que atirou ao lado; depois Nuno Gomes conseguiu reduzir para 2-1, através de um centro de Maniche.

Com esta derrota, a Selecção Nacional foi ultrapassada pela Polónia e pela Bélgica, e caiu para o quinto lugar do grupo A, que é liderado pela Sérvia.

João Queiroz
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