A responsável pelo Núcleo de Redução de Danos do Instituto das Drogas e Toxicodependência (IDT), Paula Vale de Andrade, critica a posição do Órgão Internacional de Controlo de Estupefacientes (OICE) face à criação de salas de injecção assistida.

No seu relatório anual, o OICE alega que a medida vai contra os tratados internacionais sobre o controlo de estupefacientes. Paula Andrade contrapõe, considerando que a posição do organismo das Nações Unidas é “inflexível”. As salas de chuto poderão ser favoráveis no sentido da redução de danos e na aplicação de tratamentos, aponta, em declarações ao JPN.

A responsável do Núcleo de Redução de Danos do IDT reforça a importância das salas de consumo assistido ao disponibilizar condições de higiene e assistência médica imediata em caso de overdose.

Estes equipamentos são direccionados a “uma franja de população que, à partida, não vai às estruturas convencionais de tratamento”. Esta medida, segundo Paula Andrade, não poderá surgir isolada, mas antes “enquadrada com outras medidas mais alargadas para uma redução de riscos”.

Paula Andrade diz que não existem entraves legais para a criação das “salas de chuto” e aponta este ano como a data provável para a abertura de equipamentos deste tipo, nomeadamente em Lisboa e no Porto.

Rosa Carvalho
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