A Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP) está contra o novo diploma anti-tabaco, apresentado esta quinta-feira pelo Governo.

O presidente da ABZHP, António Fonseca, considera que os estabelecimentos não estão preparados para receber os fumadores, uma vez que não têm os 100 metros quadrados exigidos pelo novo diploma.

O responsável defende a prevenção anti-tabagista, mas não nos moldes adoptados pelo ministro da Saúde. O ideal neste caso, refere, seria a implementação da legislação espanhola. Na entrada de cada estabelecimento há uma sinalética que indica se se destina a fumadores ou não. “É tudo uma questão de opção”, conclui.

A indignação é a nota dominante do discurso de António Fonseca, “devido à alteração de última hora”. “O senhor ministro desde o início deu-nos a entender que ia aplicar o modelo espanhol. Depois houve avanços e recuos, ao ponto das confederações anti-tabagismo virem dizer que o ministro estava a ceder aos lóbis dos produtores de tabaco”, esclarece. O dirigente associativo critica não só o resultado final do diploma, como ainda o prazo dado para a aplicação da lei.

A aposta em sistemas de exaustão é a solução defendida por António Fonseca, que sublinha a necessidade de um equipamento que elimine o fumo do tabaco. As discotecas, acrescenta ainda, têm “o melhor de sistema de exaustão do mercado.”

Comerciantes satisfeitos

Apesar das críticas do responsável da Associação de Bares, proprietários de cafés ouvidos pelo JPN mostraram-se favoráveis ao novo diploma. Isabel Pereira, proprietária de um café, concorda com a proposta de lei e não teme quebras no negócio. “Os meus clientes são mais ou menos compreensivos”, refere. Muitos deles, adianta, vêem esta medida como uma forma de reduzir o consumo de tabaco.

A mesma opinião é partilhada por Fernando Fonseca, também dono de um café, para quem o diploma não vai trazer consequências em termos de afluência. Tudo se resume, como esclarece, “a uma questão de mentalidade”.