O estudo “Evolução do número de inscritos no Ensino Superior – 1997/98-2005/06” aponta como principais tendências a diminuição da população estudantil nas universidades, apesar de o número de diplomados no intervalo entre 1997/98 e 2004/05 ter registado um crescimento de 6%, passando de 46.478 para 69.987. Destes, 67% são mulheres.
A área mais desfalcada é a das Ciências da Educação, que aumentou de 36.785 para 51.221 alunos nos primeiros quatro anos do estudo, para depois decrescer 48.7% nos quatro seguintes.
Por outro lado, os cursos de Saúde e Protecção Social têm cativado mais alunos, aumentando de 24.000 estudantes em 1997 para 58.714 em 2005. O auge da corrida às faculdades foi o ano lectivo 2002/2003, em que a fasquia ultrapassou os 400 mil estudantes inscritos.
As maiores perdas de alunos verificam-se nos estabelecimentos privados, que acolheram menos 24% de estudantes entre 1997 e 2005. O ensino superior público, todavia, destoa do cenário geral – ganhou alunos, passando de 226.642 para 275.521 matrículas durante o período em estudo.
A directora do Observatório da Ciência e do Ensino Superior (OCES), Teresa de Lemos, aponta vários factores para a diminuição de afluência às universidades. As flutuações demográficas e o deficiente incentivo das escolas secundárias aos estudantes para prosseguirem a carreira académica parecem ser os maiores entraves à chegada de novas caras às faculdades.
O crescente interesse em doutoramentos e mestrados prende-se, disse ao JPN a directora do OCES, com as “cada vez maiores exigências do mercado de trabalho, que pede profissionais cada vez mais qualificados”. O prolongamento dos estudos permite aspirar a “mais possibilidades de um bom emprego”.
Relativamente à predominância de mulheres nas universidades, Teresa de Lemos referiu que é uma tendência recente, que se verifica há cerca de sete anos. Porém, “até nas escolas secundárias, se tem verificado que as classificações das estudantes são geralmente superiores às dos elementos do sexo masculino”, acrescenta.