Questões ligadas à formação dos profissionais de jornalismo, às exigências da profissão e ao panorama actual da área foram debatidas esta quinta-feira no curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto.

Sandra Marinho, docente e investigadora da Universidade do Minho, destacou o que considera “uma relação indissociável entre os padrões de empregabilidade e o tipo de formação que os licenciados recebem”. Existem modelos de ensino que produzem licenciados com maiores hipóteses de empregabilidade do que outros, sublinhou.

A investigadora alertou também para a necessidade de um debate nacional sobre a integração profissional. “O jornalismo é essencial para a democracia. Os cidadãos, jornalistas e empregadores devem dizer qual o jornalismo que precisam e que consideram válido”.

João Correia, da Universidade da Beira Interior, considerou que a tecnologia deve ser utilizada como aliado. “Cada vez que uma nova tecnologia aparece há sempre dois partidos: os apocalipticos dizem que vem ai uma crise da civilização; os integrados dizem que é uma maravilha e resolve tudo”. O mais correcto será as empresasa de jornalismo olharem para as coisas com sensatez e ponderação em vez de as negarem, defendeu.

Fenómenos como os blogues só poderão ser aceites como jornalismo quando respeitarem as regras da deontologia. “Quando forem apenas a exposição de sentimento de gente sem preparação para o fazer publicamente, será apenas entretenimento”, sublinhou.

Os participantes defenderam necessidade de clarificar a área da comunicação e se criar uma terminologia específica.

A sobrepopulação na área e os problemas do ensino foram apresentados pelo professor da Université Libre de Bruxelles na Bélgica, Nobre Correia, que afirmou que o “jornalista tem de impôr uma mais valia, uma especificidade aos não jornalistas”.

João Figueira da Silva, da Universidade de Coimbra, afirmou que existe uma “hemorragia de jovens licenciados”. E apresentou algumas propostas para melhorar o panorama: definir os parâmetros sobre o jornalismo, incentivar o empreendorismo, criar um observatório do jovem jornalista e congelar os novos cursos da área de comunicação e jornalismo foram algumas das soluções indicadas.

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