As férias da Páscoa são o período “crítico” de abandono escolar, entre o 7º e o 10º ano, de acordo com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues numa conversa informal com jornalistas, quarta-feira em Lisboa. Nesta altura, muitos alunos percebem que vão reprovar, ou por excesso de faltas ou pelas classificações do segundo período, e desistem dos estudos.

De acordo com a ministra, entre 18 a 20 mil alunos deixam a escola no 7º ano, que corresponde a 15% dos estudantes a frequentar este ano.

A situação agrava-se quando no ensino secundário. Depois da escolaridade obrigatória, 20 a 25 mil alunos abandonam as salas de aulas. Grande parte destes vão trabalhar.

“As condições socio-económicas dos estudantes comprometem efectivamente a sua permanência na escola”, afirmou Maria de Lurdes Rodrigues. Para estancar esta hemorragia da educação, a ministra anunciou que “é preciso alargar a acção social escolar, sobretudo no secundário, onde é baixíssima”. Apenas 15% dos alunos beneficiam hoje desse apoio.

Já para o próximo ano lectivo a responsável da pasta da Educação promete “a adopção de modelos de financiamento com autarquias e empresas para garantir alimentação e transportes aos alunos carenciados do ensino secndário”.

O Ministério da Educação vai ainda lançar duas campanhas publicitárias nos meios de comunicação social, centradas na valorização da aprendizagem na escola e no ensino profissional.

A meta passa agora pela duplicação já no próximo ano lectivo dos cerca de 25 mil alunos que este ano estão matriculados em cursos profissionais e cursos de formação e educação. Em 2010, pretende-se que metade dos jovens frequentem cursos tecnológicos e profissionalizantes, de equivalência ao 12º ano, que na altura já deverá ser o patamar de escolaridade obrigatória.