Seis dos 272 crimes investigados pela Unidade de Informação Financeira (UIF) da Polícia Judiciária (PJ) apontam para práticas associadas ao branqueamento de capitais com o fim de financiar o terrorismo.

Para a PJ, a existência destes crimes não constitui nenhuma surpresa. Em 2004 e 2005 foram detectados um total de oito casos. Verifica-se assim que a ligação do branqueamento de capitais ao financiamento do terrorismo em Portugal é já conhecida pelas autoridades.

Segundo a UIF, em Portugal, nos últimos três anos, o crime mais associado ao branqueamento de capitais era a fraude fiscal. Em 2006, num total de 272 casos denunciados e confirmados, 200 estavam relacionados com o referido delito.

Em reacção aos números, o director da Direcção-Geral de Impostos, Paulo Macedo, considerou ser necessário a criação de mais brigadas mistas para a investigação destes casos. Brigadas que devem incluir técnicos da Segurança Social e das Finanças e actuar em sectores considerados de “risco” pelo responsável como os casinos e as casas de aposta, além dos auditores externos e os revisores oficiais de contas.

No ano passado, o Estado conseguiu suspender 15 contas bancárias consideradas suspeitas graças à actuação conjunta dos bancos com a UIF. O montante apurado nas operações rondou os 22 milhões de euros.

Os oito casos de crime de branqueamento de capitais verificados em Portugal em 2004 e 2005 resultaram em verbas retidas na ordem dos 9,1 milhões de euros.