A Universidade Aberta, a única instituição de ensino superior portuguesa que se dedica, em exclusivo, ao ensino não presencial, quer criar um laboratório de investigação a nível europeu, utilizando as mais recentes tecnologias de ensino à distância.
A evolução de novas técnicas e métodos de ensino é o principal objectivo do projecto para o centro de investigação da UA. Espera-se que esse laboratório esteja em plenas funções já no final de 2007.
O objectivo é “implementar um plano estratégico entre 2006 e 2010, adaptado ao Processo de Bolonha e que visa reformar a imagem da universidade”. A instituição “quer fazer-se notar, proporcionando aos estudantes um ensino de qualidade com novas tecnologias”, revelou ao JPN fonte do gabinete de Imagem e Comunicação da Universidade Aberta.
Prevê-se que o laboratório funcione através de uma “partilha de experiências” com postos de investigação pertencentes a instituições universitárias de toda a Europa, como a Universidade Oberta da Catalunya ou a Open University no Reino Unido. No entanto, “não há ainda protocolos celebrados”.
Deverá estabelecer-se entre essas universidades e a instituição portuguesa um sistema de gestão especialmente concebido a pensar no ensino à distância.
E-learning também nas licenciaturas
A nova estrutura pedagógica da Universidade Aberta vai estender o âmbito do regime de e-learning, pois apostará neste método de ensino à distância, apoiado apenas na Internet, também para as licenciaturas. Até agora, o e-learning era um processo só utilizado em alguns cursos de mestrado.
Para diminuir as dificuldades dos estudantes, nomeadamente dos que vivem afastados das grandes cidades, a Universidade Aberta revelou segunda-feira, numa sessão em Lisboa, que prevê criar entre 50 e 100 pontos de apoio por todo o país que funcionarão em cooperação com as autarquias.
A Biblioteca Aberta, um espaço digital em que estarão à disposição várias obras históricas, clássicos da literatura, vídeos e outros instrumentos educativos é outro intento da Universidade Aberta e visa facilitar a aprendizagem.
Prevê-se para o próximo ano lectivo que mais de 20 cursos da universidade estejam adequados a Bolonha, que pretende conciliar os graus e os diplomas atribuídos na Europa até 2010.
E qual o impacto da evolução tecnológica para o universo estudantil? “Inicialmente, até mesmo na Universidade Aberta, utilizou-se preferencialmente o livro e a cassete áudio. Hoje, a aprendizagem faz-se maioritariamente por acesso à Internet, pela passagem do vídeo ao CD, pelo emprego de novas tecnologias da informação, com um uso cada vez mais frequente da Web”, explica a mesma fonte.
A tecnologia é cada vez mais importante para o e-learning. “Evoluímos com novas tecnologias e materiais. Muitas vezes já usamos a videoconferência. Claro que os produtos como o livro continuam a vigorar, mas há uma maior amplitude e polivalência do campo virtual”.