A Associação Portuguesa de Psicologia Experimental organiza a segunda edição anual do Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Psicologia Experimental, na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto. Este evento, que começou esta sexta-feira e termina sábado, é dirigido aos psicólogos e às pessoas que estão em formação em psicologia.

A organização diz que estão inscritas 140 pessoas, o que representa um crescimento em relação ao ano passado, que reuniu aproximadamente uma centena de pessoas em Aveiro.

“É uma espécie de abordagem à psicologia. Não é tanto o conteúdo que a define, mas a utilização de métodos experimentais, ou seja, de execução de experiências em que vamos interrogar a natureza directamente digamos, mas de uma maneira controlada, para perceber a resposta”. É assim que o presidente da Associação Portuguesa de Psicologia Experimental, Armando Machado, define o conceito de psicologia experimental.

Reunir os investigadores para que se conheçam, troquem ideias e partilhem experiências é o objectivo primordial deste encontro. “Estimular esta juventude, que são os psicólogos do futuro e formá-los melhor nestas áreas experimentais, que são uma espécie de parente pobre da psicologia em Portugal” é outro objectivo apontado pelo presidente.

“Penso que há bons investigadores aqui no Porto dentro da psicologia experimental, ainda que possam ser em número reduzido, mas isso é um pouco em todo o país”, adianta Armando Machado para justificar a escolha do local.

Para Marta Caetano, estudante do 1º ano de Psicologia na Universidade de Aveiro, o encontro é “muito interessante, embora seja fácil uma pessoa saturar-se e dispersar-se um pouco”. Ana Santos, finalista de psicologia da Universidade do Porto, considera que são feitas “comunicações bastante interessantes, que servem para acrescentar conhecimento”.

Psicologia experimental complementa psicologia científica

A psicologia experimental sustenta a psicologia científica, pois “fundamenta empiricamente, recorda à psicologia a sua base experimental”, explica Armando Machado. Sendo a base da psicologia científica, a psicologia experimental está presente em várias áreas da vida em sociedade, seja no desporto, na educação ou nas empresas.

“A psicologia experimental define-se não pelo conteúdo, mas pelo tipo de abordagem ou de abordagens que sustenta, a sua fundamentação empírica, a sua quantificação. Nesse sentido, a psicologia experimental dá contributos em várias áreas”. Por vezes, o contributo é “indirecto”, permitindo a “construção de uma melhor teoria, de um melhor instrumento que depois um psicólogo aplicado vai utilizar no seu dia-a-dia”.