A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) recebeu esta sexta-feira o encontro sobre “A Acessibilidade nos Transportes Públicos” que contou com a presença de representantes de vários projectos que têm vindo a ser desenvolvidos neste campo.

O encontro, que se realizou ao abrigo do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento (POSC), serviu para expor as ideias gerais dos projectos conjuntos da FEUP, Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) e Metro do Porto, tendo por base os princípios da acessibilidade, mobilidade e direitos dos cidadãos.

A iniciativa pretende dar resposta às dificuldades dos cidadãos com necessidades especiais na utilização do metro, principalmente aos invisuais, mas também facilitar o acesso no interior das estações, uma vez que algumas são bastante complexas.

Diamantino Freitas, da FEUP, explicou ao JPN que o projecto ainda está “numa fase de colocar os protótipos em funcionamento” e que, depois de alguns atrasos, o professor espera que “até meados deste ano os protótipos estejam ensaiados, testados pelos utilizadores e minimamente demonstráveis”.

Todo este processo irá passar por experiências com os cidadãos com deficiências para que as dificuldades sejam anotadas, de modo a que se possa construir um projecto útil.

Embora o programa se dirija principalmente aos cidadãos com deficiências, também irá ajudar outra parte da população, pois facilitará, por exemplo, a mobilidade de mães com carrinhos de bebé ou de pessoas que, durante um período de tempo, precisem de utilizar muletas.

Peter Colwell, da ACAPO, acredita que o projecto vai trazer melhorias e referiu que toda a gente precisa de informação, tem as suas próprias necessidades, e o sistema vai tentar resolver os problemas de todos. “É um método que ainda não foi usado em Portugal, já foi falado, mas acho que ninguém chegou ao ponto de ter um projecto piloto e experiências. Temos esperanças que resolva um problema grave que é a falta de informação”, acrescentou.

Diamantino Freitas acredita que no final do mês de Junho os protótipos já estejam avaliados e prontos para avançar. “Esperamos que em meados do ano já se possa apreciar algum benefício que estes projectos podem dar à vida dos clientes cegos da Metro do Porto”, afirmou.