O PSD Porto vai enviar, esta quarta-feira, a todos os candidatos à liderança do partido uma “carta de compromisso” que apela a “uma verdadeira e efectiva unidade estratégica”, anunciou o presidente da Mesa da Assembleia Distrital do PSD-Porto, Agostinho Branquinho.

Esta quarta-feira, em conferência de imprensa, o deputado afirmou que, se os candidatos para as eleições de 31 de Maio não subscreverem o compromisso, “o próximo líder será a prazo”.

“Tem havido excessos notórios no exercício legítimo da crítica interna, com um prejuízo claro para a capacidade de afirmação do PSD”, pode ler-se na carta. Sem querer “limitar” a liberdade de expressão, o PSD-Porto pede aos órgãos nacionais do partido que aceitem “colaborar com o novo líder” e evitem “atitudes susceptíveis de provocar fraccionamentos ou desagregações” no partido.

“O PSD está à beira do abismo político” se não encontrar “outra forma de comunicar com os portugueses”, reiterou Agostinho Branquinho.

O deputado considera que todas as candidaturas “têm um papel importante”, mas defende que depois das eleições o partido se deve mover na mesma direcção. “Venham todos a este jogo interno”, apelou, “mas depois de 31 de Maio calem-se”. “[Existe] a necessidade de encontrar um líder que galvanize os portugueses, não vale a pena sacrificar-nos pelo que aconteceu no passado”, acrescentou, não sem salientar que é tempo de o PSD “ganhar juízo”.

Centralização é um dos problemas do PSD

O presidente da Mesa da Assembleia Distrital do PSD-Porto defende que “dizer que não há problemas” é “pior” para o partido, mas afirma que “pouco importa olhar para o passado”. Agostinho Branquinho apontou a “focalização” do partido em Lisboa como um dos problemas do PSD.

Anunciou ainda que está prevista para 12 de Maio uma reunião da Distrital do Porto, para a qual todos os candidatos à liderança do PSD estão convidados para apresentarem os seus “projectos para Portugal”. O deputado prevê que um terço dos mais de 29 mil militantes do PSD-Porto vote nas eleições de 31 de Maio.

“Os candidatos empurrados dão maus resultados”, considerou Branquinho, que já tomou a sua “decisão pessoal”, mas só a vai tornar pública quanto “estiver consolidado o quadro de candidaturas”. No entanto, a possível candidatura de Alberto João Jardim não vai alterar a sua escolha, esclareceu.

Madeira só reconhece líder aprovado com mais de metade dos votos

Alberto João Jardim disse, quarta-feira, à Lusa que a Madeira não vai reconhecer “um líder que não tenha pelo menos 50% dos votos dos seus militantes” nas eleições directas de 31 de Maio.

Esta tomada de posição vem em consequência de o PSD-Madeira ter afirmado que, face ao número elevado de candidatos, o líder partidário pode vir a ser eleito com apenas 21% dos votos.